Feira de tecnologia é vitrine da diversão pós-moderna

MARIANA BARROS
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Nova York

Os brinquedos são robotizados. Os aparelhos de áudio, mesmo os portáteis, têm som de altíssima qualidade. As imagens, exibidas em supertelas de cristal líquido, são de um realismo impressionante. E os games, com feições cinematográficas, fazem com que o jogador mergulhe num mundo virtual. As novidades apresentadas na feira norte-americana Digital Life (
www.digitallife.com), mostraram que o entretenimento tornou-se a porta principal para adentrar a vida digital.

No evento, realizado no último final de semana no Javits Jacob Center, em Nova York, empresas deram ao público uma amostra do que já existe e do que está por vir nos próximos meses.

Além da diversão, a nova geração de produtos aposta na integração entre aparelhos para tornar seu uso mais ágil e simples e ampliar suas possibilidades.

Tal adaptação, a propósito, só se tornou possível porque TV, rádio, fotografia, música e vídeo estão, ainda que em diferentes estágios, migrando para formatos digitais. É como se os rolos de filmes, os CDs de música, as ondas de rádio e o sinal de TV passassem a falar a mesma língua, permitindo a criação de produtos capazes de reproduzir vários tipos de conteúdo.

Amostra

Um exemplo do que a vida digital nos reserva para os próximos meses foi dado por Don MacDonald, vice-presidente de uma divisão da Intel chamada Digital Home, cuja proposta é transformar o ambiente doméstico em uma espécie de central de entretenimento. Seu projeto principal é o computador Viiv, cujo lançamento é esperado para o primeiro semestre de 2006.

"Imagine que você deseja ir ao teatro. O computador será capaz de buscar um ingresso segundo as suas recomendações, comprá-lo pela internet, sugerir o melhor caminho para chegar lá, verificar como está o trânsito e avisá-lo sobre qual o melhor horário para sair de casa", diz MacDonald.

A temperatura, a iluminação e os mecanismos de segurança da casa também poderão ser controlados por essa mesma central, que ainda poderá exercer funções educativas como "ler" livros digitalizados ou ensinar uma língua estrangeira, passando exercícios de compreensão e fornecendo arquivos de áudio para treinar a pronúncia correta. Para dar conta de tantos afazeres, a máquina deverá ser equipada com processador dual-core.

Imagem é tudo

Imagens de alta qualidade reinaram soberanas no evento, em enormes monitores de cristal líquido.

A busca por aprimoramentos se fez notar principalmente nos games, com destaque para o Xbox 360, da Microsoft. Com o console como carro-chefe, os jogos foram, literalmente, a menina dos olhos da feira.
 
 
 

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