Site quer salvar os diferentes
dialetos ciganos
A Universidade de Manchester lança hoje um site destinado a salvar o romani, uma das línguas mais ameaçadas do mundo. A universidade inglesa
assumiu a tarefa, inédita no mundo, de transcrever os diversos dialetos
dessa língua, falada por pequenos grupos em 42 países europeus.
O site www.llc.manchester.ac.uk/Research
/Projects/romani tem como objetivo permitir a localização dos diferentes
dialetos em um mapa-múndi e o internauta poderá escutar transcrições
orais.
Acredita-se que dessa forma os ciganos
poderão codificar seu idioma, transmitido na maioria das vezes
oralmente, e chegar a um acordo sobre sua ortografia.
O professor Yaron Matras, diretor de
lingüística romani da Universidade de Manchester, afirma em entrevista
ao The Independent que o projeto também tem como objetivo
estimular os Governos europeus a preservar esse idioma e sua cultura.
Muitos membros da comunidade romani não
têm acesso a computadores, mas os poucos que navegam na Internet
descobriram que podem entrar em contato com outros membros de sua
comunidade em países distantes como Noruega e Rússia.
Há muitos livros escritos em romani,
mas estes são difíceis de serem encontrados. As únicas livrarias
especializadas em romani estão em Budapeste e Praga, segundo as fontes
universitárias britânicas.
Os especialistas no idioma romani
assinalam que ele é parente de idiomas falados no norte da Índia,
principalmente o panjabi, o que reflete a origem geográfica desse povo.
Os empréstimos léxicos permitem reconstruir a emigração desse povo da
Índia para o Ocidente.
Os ciganos de diferentes países
europeus têm dificuldades para se comunicar entre si porque cada grupo
toma palavras emprestadas do país onde reside.
O povo cigano sofreu perseguição ao
longo dos séculos: entre 200 mil e 1,5 milhão deles foram assassinados
pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Só em dezembro de 2004
os romani foram reconhecidos oficialmente como entidade pela União
Européia.
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