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Internet lança as bases de uma nova cartografia
LUCIA LEÃO
Especial para a Folha de S.Paulo
Bisbilhotar as ruas de Paris e, no instante seguinte,
deliciar-se com o azul das praias de Maui sem sair do cinza do
seu escritório: essa é uma das viagens proporcionadas pelas
imagens de satélites que alimentam alguns serviços de mapas na
internet. Mas há muitas outras trilhas na rede, desde as rotas
dos navegantes do passado até os caminhos do conhecimento e as
relações entre sites, empresas e pessoas.
O cotidiano contemporâneo é repleto de excessos. Excessos de
dados, de imagens, de links e de novas tecnologias. Nesse mundo
em constante transformação, surgem, a cada dia, projetos de
organização de dados, muitas vezes chamados de mapas --que são
muito mais que representações bidimensionais de espaços
tridimensionais.
A rigor, mapas são instrumentos auxiliares na aquisição do
conhecimento e na organização da informação.
Com esse sentido expandido, pode-se ter mapas como
representações visuais: diagramas que indicam relações, conexões
ou associações entre conceitos. Com o ciberespaço, surgem ainda
outras possibilidades de mapeamento, principalmente no campo da
visualização dinâmica e interativa da informação. Projetos
experimentais não param de romper fronteiras e gerar
cartografias inusitadas, interativas, nas quais quem busca
informação também pode fornecê-las.
Outra vertente são os mapas on-line, que geram muitos recursos e
conquistam público aos borbotões --tanto que a senda aberta pelo
Google Earth recebe agora a poderosa concorrência da Microsoft.
E os governos também investem para melhorar o sistema que
fotografa o planeta por satélites.
LUCIA LEÃO é artista e escritora
("O Labirinto da Hipermídia" e "O Chip e o Caleidoscópio").
Professora-doutora em comunicação e semiótica (PUC - SP) e
pós-doutora pela Unicamp, dá aulas na PUC-SP e no Senac. Veja
seus projetos e textos em www.lucialeao.pro.br
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