|
Jogo virtual chinês cobra sangue de jogadores expulsos
da Efe , em Pequim
Um jogo on-line chinês, depois de expulsar vários jogadores por trapaça, decidiu que só aceitará de volta aqueles que doarem meio litro de sangue (doação não virtual, mas real), segundo afirmações dos representantes da empresa nesta quarta-feira.
O que pareceria à primeira vista uma espécie de sacrifício ritual, segundo a empresa Moliyo, administradora do jogo na China e autora da iniciativa, o sangue será doado a um centro médico para uso em hospitais.
O jogo em questão, popular também em outros países, é o "Cabal", que pode ser acessado no site www.cabalonline.com. O jogo é ambientado como uma "fantasia heróica" --com guerreiros, monstros e magia. O "tributo" começará a ser pago nesta quarta-feira.
Os jogadores que participem da iniciativa --indo ao centro de doação e mostrando mais tarde a prova de sua boa ação-- serão readmitidos no jogo três dias depois. "Com esta atividade, queremos incentivar o amor pela sociedade", explicou um representante da Moliyo. A empresa administra em território chinês os jogos "Cabal" e "Tales of Pirates".
Trapaças
Os últimos meses registraram uma expulsão em massa de jogadores chineses; mais de 120 mil perderam o direito de participar dos jogos. Alguns dos jogadores usaram software ilegal para acelerar os movimentos do jogo e, assim, adquirir vantagens. A empresa explicou que as expulsões eram para garantir justiça e igualdade para todos os jogadores.
Na China existe um grande déficit de sangue nos hospitais, devido a crenças tradicionais de que a doação é prejudicial à saúde. Os casos de infecção pelo vírus HIV em centros médicos de doação na década passada também assustaram doadores em potencial.
Na China, a indústria de jogos na internet aumentou 73% no ano passado e movimentou US$ 840 milhões. Os jogos da internet já chegaram às manchetes dos jornais com casos estranhos --como o de um jogador que assassinou outro em Xangai para se vingar do roubo de uma arma virtual, há dois anos.
|
|
|