Nokia e Motorola podem esmagar concorrentes
CINGAPURA - A grandes empresas de celular devem eliminar seus concorrentes nos próximos anos, diz estudo.
A japonesa NEC, a taiuanesa BenQ e a chinesa Ningbo Bird estão entre as empresas que não se beneficiam de suficiente economia de escala na produção e distribuição para enfrentar líderes mundiais como Nokia e Motorola.
Mas algumas delas talvez consigam sobreviver cultivando parcerias com operadoras de telecomunicações em mercados desenvolvidos e emergentes, fornecendo modelos atraentes e de qualidade a esses parceiros.
"A tendência é que as empresas de alcance regional sofram e as de alcance mundial se saiam bem", disse Bengt Nordstrom, vice-presidente de estratégia da inCode, uma empresa de pesquisa de mercado. "Para uma fabricante asiática de pequeno porte, concorrer com a Motorola e a Nokia no segmento de modelos de preços mais baixo é missão quase impossível."
Algumas pequenas fabricantes sul-coreanas já oscilam à beira de dificuldades. A Pantech e a Pantech & Curitel Communications estão reestruturando suas dívidas, depois de sofrerem pesados prejuízos em função da dura concorrência e da queda de suas margens de lucros, enquanto a VK, no passado conhecida por seus celulares ultrafinos, teve sua falência decretada este mês.
A BenQ, maior fabricante de celulares de Taiwan, registrou seu quinto trimestre consecutivo de prejuízo, no começo da semana, devido ao mau desempenho da divisão de celulares depois que declarou sua subsidiária alemã insolvente, no ano passado, e alertou sobre queda nas vendas.
Nem mesmo a Motorola, um dos pesos pesados do setor, foi poupada. A empresa norte-americana alertou na quarta-feira que teria sofrido prejuízos no primeiro trimestre e que as perspectivas para 2007 não eram tão boas quanto esperava, devido aos preços fracos e às pressões concorrenciais, apesar do avanço que obteve em sua participação de mercado em 2006.
A Nokia, líder do setor, expandiu seu mercado no ano passado, enquanto a Sony Ericsson superou a sul-coreana LG Electronics e conquistou a quarta posição.
A estratégia de nicho de fornecer celulares sofisticados para operadoras em mercados desenvolvidos, que impulsionou margens e lucros de fabricantes japonesas menores, é uma saída para assegurar a sobrevivência delas, diz Ann Liang, analista da empresa de pesquisa IDC.
A principal fabricante japonesa, Sharp, trabalha com o gigante grupo britânico Vodafone, enquanto a Toshiba se aliou à Orange na Espanha e França.
"É difícil imaginar um player global surgindo do Japão nesse estágio, apesar de uma exceção poder ser a Sharp", disse Neil Mawston, analista da Strategy Analytics.
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