Brasil pode ter dois padrões para o rádio digital
Lorenna
Rodrigues
da Folha Online, em Brasília
O governo deve decidir até setembro o padrão de rádio digital
que será utilizado no Brasil. O ministro das Comunicações, Hélio
Costa, disse hoje que o país poderá adotar dois padrões: o
norte-americano, reivindicado pelas emissoras de rádio, e o
europeu, que permite melhor transmissão em ondas curtas. A idéia
é usar esta última tecnologia para transmitir rádios educativas
e públicas.
A previsão é começar a utilizar a tecnologia digital no
início de 2008 nas principais cidades do país. "Há uma tendência
entre os radiodifusores que leva ao Iboc [padrão
norte-americano]. Mas a indústria não faz objeção a um modelo
híbrido para atender o sistema de ondas curtas", declarou Costa.
Apesar de admitir que a transmissão por ondas curtas está
"praticamente abandonada", Costa lembrou que a tecnologia é
muito importante principalmente na região amazônica. Existem
hoje cerca de 50 emissoras em ondas curtas no país.
Segundo o ministro, a transmissão em ondas curtas pode
substituir, em alguns casos, o satélite. "Com uma transmissão em
Brasília, você chega a toda a América Latina. Reduz muito o
custo", observou.
Com os dois sistemas, porém, o ouvinte precisará de um
aparelho para ouvir emissoras que transmitem em ondas curtas e
outro para AM e FM, como já acontece hoje na maioria dos
aparelhos.
Costa disse ainda que o BNDES (Banco Nacional do
Desenvolvimento Social) criará linhas de financiamento para a
transição das rádios para a tecnologia digital. Para isso, as
rádios terão que gastar entre R$ 20 mil e R$ 100 mil.
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