Emissoras temem pirataria com TV digital

Seattle

Brian Baker precisou de 5 minutos para convencer uma grande rede de TV americana de que ela precisava de sua tecnologia para proteger seus programas contra os piratas.

Usando um software facilmente disponível na internet, Baker, presidente-executivo da Widevine Technologies, gravou um pedaço de um vídeo no site da rede, eliminou os comerciais e enviou o vídeo na forma editada por ele de volta à rede.

A reação dos executivos? "Uau, precisamos de proteção e agora", relembra Baker. "As grandes operadoras de televisão estão vendo os programas que oferecem reproduzidos na internet e muitas vezes com a publicidade removida."

As empresas de mídia temem que os softwares de gravação de vídeo facilitem a pirataria e lhes roubem lucrativas receitas publicitárias, no exato momento em que vêm tornando mais programas de TV, filmes e vídeos disponíveis online.

O software de gravação de vídeo online, que permite salvar em máquina qualquer vídeo encontrado na Internet, pode ser adquirido online por menos de 100 dólares hoje em dia. A expectativa é de que a tecnologia tenha aceitação ainda maior com a introdução de diversos players de vídeo novos nos próximos meses.

"Tratam-se de um aplicativo e de um desdobramento que causam séria preocupação", disse o executivo de uma importante rede norte-americana, que pediu para não ser identificado. "É um avanço dramático na direção errada."

O processo de um bilhão de dólares aberto pelo conglomerado de mídia Viacom contra o Google e seu site de vídeo YouTube demonstra até que ponto os detentores de direitos autorais estão dispostos a chegar para reter o controle final sobre o destino dado ao entretenimento.

Três novos players de vídeo com capacidade de gravação devem chegar ao mercado antes do final de 2007, com cada uma das empresas seguindo diferentes estratégias.

O novo player de mídia da RealNetworks o>, que estará disponível para testes pelos usuários na semana que vem, permite que pedaços de vídeo sejam gravados com um clique. Ele impede que os usuários gravem vídeos equipados de proteção contra cópias, mas não autoriza que copiem outras formas de conteúdo protegido por direitos autorais.

Por Daisuke Wakabayashi, da Reuters

 

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