Encontro em Las Vegas discute mecanismos de segurança
on-line
da France Presse, em São Francisco
A 11ª Conferência Black Hat, em Las Vegas, discute segurança
da informática e ameaças que rondam o mundo cibernético. Temas
como possibilidades de quebra dos códigos dos sistemas
operacionais Windows Vista, da Microsoft, e Leopard, da Apple,
dão a tônica dos encontros que integram o evento, que começa na
quarta-feira (1º).
Os organizadores da Black Hat acreditam que até 20 novas
vulnerabilidades de softwares populares podem ser reveladas,
assim como um número semelhante de "ferramentas" --maneiras de
lançar ataques que se aproveitam de falhas dos programas.
"Se os pesquisadores falam de algo, isso te dá uma boa idéia
do que podemos esperar do futuro", disse o fundador da Black Hat,
Jeff Moss.
"Várias companhias e governos querem saber em que direção as
coisas estão caminhando para não serem pegos de surpresa",
afirmou Moss.
Se "Black Hat" (chapéu preto) é o nome dado aos invasores de
sistemas, a maioria dos participantes da conferência de Las
Vegas usam o "chapéu branco" dos profissionais de segurança e
funcionários do governo.
O chefe de análise de vulnerabilidade on-line da Agência
Nacional de Segurança dos EUA, Tony Sager, fará um discurso de
abertura, enquanto um fórum sobre ameaças informáticas será
coordenado por policiais federais especializados em crimes de
internet.
"Muitas coisas serão discutidas na Black Hat", disse Moss,
sobretudo "as constantes mudanças dos exércitos de botnets
(redes de "computadores zumbis") e spammers e a evolução das
guerras cibernéticas nos últimos cinco anos".
"Botnets" são legiões de computadores controlados por hackers
que os invadiram e instalaram códigos malignos, em geral sem o
conhecimento do proprietário.
Os computadores infectados se tornam "zumbis", usados pelos
piratas virtuais em seus ataques ou para disparar spams.
Gadi Evron irá discutir os ataques cibernéticos em massa
ocorridos na Estônia no início deste ano, descritos pelas
conferencistas como "a primeira frente de guerra na internet".
Evron fez parte da equipe chamada para consertar os estragos
do ataque.
"Como vimos na Estônia, as batalhas cibernéticas estão mais
coordenadas e sofisticadas", disse Moss.
Os seminários da Black Hat também abordam meios de danificar
dados e conseguir acesso irrestrito a sites de relacionamento
como o MySpace e o Flickr.
Os pesquisadores irão detalhar também as vulnerabilidades do
novo iPhone, o telefone inteligente da Apple, incluindo uma
falha no sistema de navegação Safari que deixa uma porta aberta
para a invasão e a instalação por piratas virtuais de códigos
malignos no aparelho.
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