WASHINGTON - O Pentágono afirmou
crackers conseguiram acessar um sistema
de emails não-confidencial no escritório
do secretário de Defesa.
A brecha na segurança ocorreu no
final da primavera norte-americana,
quando os monitores do Departamento da
Defesa detectaram a invasão de
"elementos de um sistema de email
não-confidencial", que foi imediatamente
desligado, disse o porta-voz do
Pentágono, Bryan Whitman.
O sistema de email não retomou
inteiramente suas operações por até três
semanas.
"Nunca houve qualquer ameaça a
sistemas confidencias", disse Whitman.
"Não houve interrupção das operações
(de defesa) ou impacto adverso nas
operações em andamento que o
departamento estava realizando... todas
as medidas de precaução foram tomadas e
o sistema voltou a operar", disse.
Whitman falou após o jornal Financial
Times, citando antigos e atuais
autoridades dos EUA, afirmar que hackers
do Exército de Libertação do Povo da
China invadiram, em junho, a rede do
departamento de Defesa dos EUA e
removeram dados.
A China repudiu as alegações da
reportagem.
"O governo chinês se opõe
constantemente e ataca vigorosamente de
acordo com a lei todos os crimes via
Internet, incluindo as invasões", disse
a porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores, Jiang Yu, em Pequim.
"Algumas pessoas estão fazendo graves
acusações contra a China... Elas estão
totalmente sem fundamento e também
refletem uma mentalidade da Guerra
Fria."
Pequim dedica uma grande parte de seu
crescente orçamento de Defesa para o
desenvolvimento de tecnologia mais
avançada, incluindo aptidões em
computadores.
Jiang disse, entretanto, que seu
governo também é vítima de ataques via
computador.
O presidente dos EUA, George W. Bush,
deve se encontrar com o presidente
chinês, Hu Jintao, em Sydney, enquanto
os dois líderes participam do Fórum de
Cooperação Econômica Ásia-Pacífico.
Whitman, entretanto, não quis
comentar as origens suspeitas dos
hackers e outros detalhes do incidente.
"Frequentemente é muito difícil
localizar a origem verdadeira de uma
invasão em particular", disse Whitman.
Hackers tentam invadir o Pentágono
centenas de vezes por dia, disse ele,
acrescentando que os grandes incidentes
são entregues a agentes policiais para
investigação.
A reportagem foi publicada uma semana
após a chanceler alemã, Angela Merkel,
ter feito reclamações similares de que
hackers chineses instalaram programas
espiões em ministérios do país.