VIENA - Os militantes islâmicos estão
ganhando capacidade de adaptar as
mensagens a públicos específicos,
incluindo mulheres e crianças.
E as sociedades ocidentais têm
problemas para encontrar uma resposta a
isso.
Foi essa a mensagem de uma reunião
promovida esta semana pela Organização
para a Segurança e Cooperação na Europa
(OSCE) com importantes especialistas
sobre o radicalismo islâmico.
"Uma das tendências mais alarmantes
que encontramos recentemente na Internet
é o que chamamos de 'difusão estreita"',
disse Gabriel Weimann, professor de
comunicações na Universidade de Haifa,
em Israel, que monitora 5,8 mil sites de
militantes.
Em vez de "transmitir em massa", para
tentar atingir a maior audiência
possível, a abordagem envolve dividir a
audiência em segmentos e tentar
comunicação com cada um deles por meio
de táticas específicas, disse o
especialista.
"Os terroristas estão usando a
Internet para comunicação com crianças,
crianças muito pequenas, a fim de atrair
os jovens para a sua ideologia e, mais
tarde, para o caminho do terrorismo",
afirmou.
"Quando eles tomam as crianças por
objetivo, fazem tudo que um anunciante
comercial faria. Usam quadrinhos,
técnicas narrativas, recursos gráficos,
filmes, oferecem prêmios, e assim por
diante", disse Weismann.
Representantes dos serviços de
segurança ocidentais têm expressado
preocupação quanto à "atração" de
crianças por grupos militantes, na
Internet. Na semana passada, o chefe do
serviço de segurança britânico MI5
afirmou que pessoas de 15 e 16 anos de
idade estavam implicadas em atividades
terroristas.
Weimann declarou que a Al Qaeda
também está tentando se comunicar com as
mulheres, entre outras coisas por meio
de um manual, apresentado em cor de
rosa, que as ensina sobre o papel das
terroristas suicidas ou o das mulheres e
mães de um "mártir" da jihad. O problema
é como combater essa mensagens.
Mohammed Bin Ali, um especialista de
Cingapura, disse a jornalistas que "é
importante produzir sites que combatam
essas posições. Se eles criam um site,
precisamos também criar o nosso, para
combatê-los".
Weimann diz que tipos diferentes de
sites extremistas requerem diferentes
respostas.
"Alguns sites devem ser mantidos em
observação, e alguns devem ser invadidos
por hackers, porque estão ensinando a
usar armas, explosivos. Alguns precisam
ser bloqueados e detidos", afirmou.