A otimização de sites para mecanismos de
busca gera uma nova safra de empresas no
Brasil.
Há três anos, o advogado Steven Sudré,
hoje com 30 anos, foi buscar uma solução
para aumentar as parcas 60 visitas
mensais que recebia em seu site de
reservas online. Foi quando descobriu a
sigla SEO (Search Engine Optimization) e
também um novo negócio. As técnicas de
otimização de sites para buscadores
viraram o foco da empresa que ele abriu
com os holandeses Peter Faber, 37 anos,
e Pieter Lemstra, 33 anos — a Brane. O
investimento inicial foi de 20 mil
reais.
No começo o trabalho era basicamente
de evangelização. Quando batiam na porta
dos potenciais clientes, tinham de
explicar todo o conceito. Hoje, com a
web 2.0, o caminho é inverso. São os
clientes que procuram a empresa.
"Infelizmente, não conseguimos atender a
todos", diz o sócio-diretor Sudré. Em
menos de seis meses a empresa se tornou
lucrativa. Seu foco continua o mesmo da
época da criação: SEO e SEM (Search
Engine Marketing). Além de ajudar os
sites dos clientes a ser localizados
pelos robôs do Google, a Brane também
administra campanhas de links
patrocinados. A idéia deu tão certo que
hoje a empresa atende mais de 70
clientes como as lojas Marisa e a Dimep.
Mercado em alta
A boa notícia é que o boom do SEO/SEM
mal começou. Ainda há muito espaço para
explorar esse mercado: uma grande
quantidade de empresas desconhece o
conceito de otimização de sites. Outras
já estão buscando a ajuda de
especialistas. "As grandes agências não
conseguem atender a demanda de empresas
menores, o que abre um espaço a ser
explorado", afirma André Zimmermann,
diretor de operações da Media Contacts,
agência internacional de mídia
interativa.
O mercado está bombando. Há dois
anos, os americanos desembolsaram 5,7
bilhões de dólares com a otimização de
sites e a gestão de links patrocinados,
segundo dados da Search Engine Marketing
Professionals Organization. A estimativa
é chegar a 11 bilhões de dólares em
2010.
Muitas empresas estão de olho no
primeiro lugar da busca do Google — o
que é um dos desafios dos prestadores de
serviços. "A grande sacada do SEO é
produzir o site pensando no usuário e
não no robô, que tem usado o raciocínio
do usuário", afirma Renato Fabri, 32
anos, diretor de criação e sócio (com
Pierre Mantovani) da agência digital
Tribal. Do total de 10 milhões de reais
que ela deve faturar em 2007, os
serviços de SEO representam cerca de 5%.
Mas Fabri alerta os clientes que o SEO
não é uma ciência exata.
No caso dos serviços de SEM, boa
parte das empresas que os procuram ainda
não entraram no mundo online e, por
isso, não entendem a linguagem e as
estratégias da web. É comum precisarem
de consultoria. A Tribal, por exemplo,
já fez o trabalho de SEO atrelado a
outros serviços digitais para clientes
como Philips, Grupo Suzano e
Mercedes-Benz.
Como começar
A otimização de um site leva de seis a
12 meses e requer profissionais bem
preparados. É preciso ter um bom
conhecimento técnico do funcionamento
das páginas web, entender de programação
e estruturação de sites e ainda ter boas
sacadas de gestão e marketing. A própria
internet pode ajudar no aprendizado. Os
sites de busca dão muitas dicas. Além
disso, há uma boa quantidade de
tutoriais espalhados pela web.
Existem ainda empresas que oferecem
cursos de webmarketing, com foco em SEO
e SEM. Mas todo preparo é pouco: os
buscadores são dinâmicos, o que exige
uma atualização constante do prestador
do serviço. A participação em eventos e
fóruns online pode ajudar. O principal
investimento que quem vai começar nessa
área precisa fazer está no conhecimento.
A Brane, por exemplo, teve que treinar
seus profissionais no início, já que não
havia especialistas em SEO e SEM no
mercado. Em termos financeiros, um
negócio com foco nessa área demanda
cerca de 20 mil reais inicialmente. É a
quantia necessária para comprar PCs com
boa capacidade de processamento,
contratar webmasters e pagar
treinamento.
Para lojas virtuais
Dentro do universo do SEO/SEM é possível
fugir do óbvio e inovar. A Brane, por
exemplo, anunciou recentemente um
software específico para lojas virtuais.
Batizado de Merchant Metrix, ele é
voltado para os buscadores. Como essas
ferramentas não compreendem a maioria
dos aplicativos de lojas virtuais, o
produto da Brane se propõe a construir a
loja já otimizada.