SÃO PAULO - A CPI da Pedofilia
acertou para quarta-feira (9) o
depoimento de diretores do Google,
em Brasília.
De acordo com a assessoria do
Senado, o Google concordou em enviar
seu presidente no Brasil, Alexandre
Hohagen, e o diretor de comunicação
da empresa, Félix Ximenes. Ambos
foram convidados para falar sobre as
denúncias de que o orkut é usado de
forma recorrente por pedófilos.
O Ministério Público de São Paulo
entregou à CPI documentos que
demonstram que pedófilos usam a rede
social para assediar crianças,
distribuir material pedófilo e
trocar informações com outros
pedófilos.
Para a sessão em que os
executivos do Google vão depor,
foram convidados o delegado da
Polícia Federal Carlos Eduardo
Miguel Sobral, o procurador da
República no Estado de São Paulo,
Sérgio Gardenghi Suiama, e o
presidente da organização
não-governamental Safernet Brasil,
Thiago Tavares Nunes de Oliveira.
Nos últimos anos, o Google
implementou diversas ferramentas
para a comunidade de usuários
denunciar abusos postados no orkut,
entre eles conteúdo pedófilo. A
principal reivindicação do
Ministério Público agora é que o
Google ajude a identificar os
autores de posts com caráter
pedófilo.
O Google argumenta que a rede
social, hospedada em servidores na
Califórnia, está sob controle da
matriz americana e, por isso, os
pedidos da Justiça devem ser
encaminhados ao Google Inc. e não à
divisão brasileira.
O MP, por sua vez, diz que esta
atitude burocratiza o combate a
crimes online e, na prática, protege
criminosos, uma vez que é muito mais
difícil obter a quebra de sigilo do
usuário nos Estados Unidos, onde a
legislação protege fortemente a
privacidade dos usuários, que no
Brasil.