Oi diz que fusão visa abrir mercado externoa

SÃO PAULO - Presidente da Oi diz que objetivo, após compra da BrT, é criar operações internacionais.

A empresa que nasce da compra da Brasil Telecom pela Oi, em uma transação que pode envolver até R$ 12,3 bilhões, surge com a ambição de se internacionalizar e competir no país sede dos seus principais rivais no Brasil.

Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, explicou que o valor da operação inclui 5,86 bilhões que serão pagos aos controladores, além de 3,5 bilhões de reais para a aquisição das ordinárias que hoje pertencem aos minoritários (tag along) e 3 bilhões de reais para adquirir um terço dos papéis sem direito a voto.

"(A nova empresa) nasce com ambição para fora do Brasil. Temos sonhos de operações internacionais", afirmou Falco, em entrevista na sede da empresa.

Ele citou como mercados potenciais para a atuação da companhia as Américas, África e Europa.

Segundo o executivo, as principais concorrentes da Oi - TIM, América Móvil e Telefónica - "tiveram um ganho de receita muito forte nos últimos anos por conta da atuação fora de seu país de origem". Como a nova operadora quer fazer frente a essas companhias, reiterou, terá de usar da mesma estratégia.

As metas da nova empresa envolvem atingir 110 milhões de clientes em cinco anos, dos quais 22 milhões de telefonia fixa, 38 milhões de celular, 12 milhões de banda larga, 8 milhões de TV por assinatura e 30 milhões de clientes no exterior. Hoje, as duas empresas somam quase 46 milhões de assinantes.

Para o executivo, a operação vai trazer "benefícios para o consumidor e oportunidade para os acionistas", já que todo ganho de produtividade, de acordo com Falco, será repassado ao consumidor.

A nova tele espera sinergias nas compras e contratações, mas o presidente disse que ainda não dá é possível mensurar quanto. A maior sinergia, segundo ele, será a interconexão entre as companhias em suas redes.

GARANTIA DE EMPREGO

Falco assegurou que "não haverá demissões nessa nova empresa". Ele considerou "uma irresponsabilidade" o que chamou de especulações sobre cortes de emprego. "É irresponsável dizer que vai ter corte de gente, as empresas são complementares", reiterou.

Ele ainda informou aos jornalistas que o acordo de acionistas prevê a garantia da manutenção de postos de trabalho por um período de três anos.

A divulgação do acordo foi feita na tarde desta sexta-feira, segundo Falco, a pedido da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que queria que os detalhes viessem a público antes do fechamento do mercado, diante da divulgação em jornais há dias.

A composição acionária da Telemar Participações, após o acordo, segundo ele, envolve o aumento das fatias detidas pela AG Telecom e La Fonte Telecom, assim como redução da presença do BNDESPar.

A AG Telecom (grupo Andrade Gutierrez) passa a deter 19,3 por cento das ordinárias, assim como a La Fonte, do grupo Jereissati. O fundo de pensão Atlântico, dos funcionários da Oi, amplia a participação que era de 4 por cento para 11,5 por cento das mesmas ações, enquanto o BNDESPar, que tinha 25 por cento, passa a controlar 16,86 por cento.

O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, passa a ter 12,96 por cento da nova tele, enquanto Petros (funcionários da Petrobras) e Funcef (empregados da Caixa Econômica Federal) terão, cada um, 10 por cento.

O acordo ainda precisa de alterações na legislação de telecomunicações para ser concretizado.

Reuters

 

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