SEUL - Depois de exaurir quase tudo
sobre elfos, dragões e cavaleiros que
caracterizam as culturas ocidentais, os
produtores de jogos online populares
estão recorrendo à história antiga e aos
heróis de guerra asiáticos em busca de
inspiração.
A principal fonte é o "romance dos
três reinos", uma história épica chinesa
cuja trama e personagens são bem
conhecidos da maioria dos asiáticos.
O livro, que existiu por muito tempo
em forma oral antes que fosse compilado
por escrito no século 14, relata um
caótico período de dois séculos na China
antiga, marcado pelas disputas entre
líderes guerreiros que se seguiram à
queda da dinastia Han.
A história, repleta de episódios
sangrentos e dramáticos sobre ambição
impiedosa, táticas militares, lealdade e
traição, já rendeu inúmeras lendas de
combate e heróis de guerra, que
continuam a ser venerados pelos leitores
e espectadores asiáticos.
Também oferece tema ideal para filmes
e programas de televisão, o mais recente
dos quais é "Red Cliff", de John Woo,
que será lançado pouco antes da
Olimpíada de Pequim.
Embora a conscientização quanto à
história antiga chinesa ainda não seja
comum no Ocidente, sucessos de crítica e
público como o filme "Crouching Tiger,
Hidden Dragon" e "Forbidden Kingdom",
com Jackie Chan, que estreou na semana
passada, estão preparando os adeptos
ocidentais dos videogames para as
idiossincrasias dos jogos que tomam a
Ásia por tema.
A Koei, uma produtora japonesa de
videogames, é a pioneira nos jogos que
tomam o "romance dos três reinos" por
tema, tendo lançado seus primeiros
títulos ainda em disquete, para
computadores.
A série "Dynasty Warriors,"
protagonizada por personagens lendários
do livro e apresentando ação em estilo
kung fu, vendeu mais de 15 milhões de
cópias em todo o mundo.
Agora, os produtores de jogos online
estão tentando levar essa conhecida saga
ao mundo dos jogos virtuais. Eles
afirmam que o romance oferece todo o
material necessário, de personagens à
trama política, a fim de entreter os
participantes durante meses.