Associated Press
TÓQUIO - Assim como muitos outros
jovens de 20 anos de idade, Kae
Takahashi faz parte da rede social
MySpace.
O perfil de Takahashi exibe seu
nome, fotos das roupas que ela mesma
desenha, dados pessoais e
comentários sobre sua vida amorosa
escritos em um inglês um pouco
estranho.
Mude para o perfil de Takahashi no
mixi, principal rede social do
Japão, e sua identidade desaparece.
No mixi, ela usa um nome falso,
tem 88 anos e nasceu na cidade de “Christmas”.
O perfil é bloqueado para intrusos.
Os outros 15 milhões de usuários do
mixi também não expõem nenhuma
informação pessoal.
Seja bem-vindo à cena social
japonesa, na qual você não irá
conhecer ninguém que já não saiba
quem é. As redes sociais como o
MySpace e o Facebook, no país,
servem apenas para os usuários
manterem contato com seus amigos e
familiares e poucos liberam seus
perfis para a visita de estranhos.
“As pessoas não se acham
interessantes e concluem que não há
nada de especial para mostrar ",
disse Tetsuya Shibui, escritor que
há anos analisa o comportamento dos
japoneses na internet.
Na verdade, o mundo virtual dos
japoneses é reflexo do mundo real,
segundo Shibui.
Eles raramente dizem seu primeiro
nome a desconhecidos e conversas
espontâneas são raras até nos
apertados trens e nas movimentadas
ruas de Tóquio.
A propensão à invisibilidade tem
dificultado a expansão de redes
sociais ocidentais no país. O
Facebook e o MySpace, por exemplo,
até agora não conseguiram nada além
de uma moderada simpatia.