No momento em que o
Google completa a
primeira década de seu
plano de organizar todas
as informações do mundo
em 300 anos, será que
suas ambições serão
compatíveis com seu lema
famoso, "não seja malva
É essa a pergunta que
Randall Stross procura
responder no livro
Planet Google: One
Company's Audacious Plan
to Organize Everything
We Know ("Planeta
Google: o plano
audacioso de uma empresa
de organizar tudo o que
sabemos").
A ousadia inteligente
do Google fez a empresa
superar o rival Yahoo,
convertendo-se no
mecanismo de busca mais
usado no mundo. Seu
grande trunfo foi
descobrir como ganhar
dinheiro com esse
sucesso: direcionando
anúncios baseados nas
buscas feitas pelo
usuário.
"O próprio ato de
inserir um termo numa
busca fornece
informações precisas
sobre o que está
ocupando a cabeça do
usuário no momento, e
isso permite que se
adivinhe com alto grau
de acerto qual será o
interesse provável do
usuário no produto de um
anunciante", escreve
Stross, colunista de
tecnologia e professor
de administração de
empresas na San Jose
State University, nos
Estados Unidos.
Os anúncios
direcionados ajudaram a
fazer o Google chegar a
seu pico histórico de
avaliação, em novembro
de 2007, de US$ 225
bilhões, superando por
algum tempo nomes
consolidados da
indústria tecnológica
como IBM e Cisco
Systems.
Outro sucesso do
Google é o Gmail, que
deu a seus usuários uma
quantidade inusitada de
espaço de armazenamento
de e-mails, em troca do
direito de lhes enviar
anúncios adaptados sob
medida ao conteúdo de
suas caixas de correio.
A empresa ainda
desafiou a Microsoft com
seu conceito de cloud
computing, ou
"computação em nuvem",
em que o Google oferece
programas simples de
processamento de textos,
planilhas e navegador na
Internet, em troca do
direito de abrigar todos
os documentos e dados do
usuário.
Apesar de todo seu
sucesso, porém, diz
Stross, o Google cometeu
alguns enganos.
Assim como a
Microsoft viu o Google
tomar conta do negócio
lucrativo dos mecanismos
de busca, o Google
permitiu que o Facebook
tomasse conta do setor
de redes sociais.
O Google nunca
aperfeiçoou seu serviço
de videoclipes e acabou
pagando US$ 1,65 bilhão
para adquirir o YouTube,
no qual ainda está tendo
dificuldade em vender
anúncios e obter lucros.
A empresa sofreu um
revés grande quando se
propôs a escanear os 32
milhões de livros do
mundo, o que a levou a
virar alvo de um
processo judicial por
quebra de direitos
autorais.
O livro de Stross,
que chega às livrarias
três anos depois de a
história inicial da
empresa ser relatada em
A Busca, de John
Battelle, termina
analisando a declaração
de Schmidt de que o
Google vai organizar as
informações do mundo
todo em 300 anos.
"Os primeiros dez
anos do Google
organizando as
informações do mundo já
o levaram por uma
distância considerável",
disse ele. "Talvez a
empresa não precise de
outros 290 anos para
completar sua missão."
Reuters