Felipe Zmoginski, do Plantão INFO
SÃO PAULO – O ministério das
Comunicações vai receber, dia 15 de
outubro, um conjunto de testes sobre
dos os padrões de rádio digital.
Assim como o país viveu uma
polêmica em torno de qual padrão de
TV digital deveria adotar, o
ministério das Comunicações agora
avalia qual padrão de rádio digital
escolherá.
Na disputa está padrão IBOC,
desenvolvido nos Estados Unidos, e
os padrões europeus DRM (Digital
Raio Mondiale) e DAB (Digital Áudio
Broadcasting).
Um grupo formado por técnicos da
Universidade Mackenzie, Anatel e
Abert (Associação Brasileira das
Empresas de Rádio e TV) realizou
testes ao longo dos últimos meses e
deve encaminhar até o dia 15 de
outubro um relatório para o
ministério das Comunicações.
A Abert defende claramente a
adoção do padrão americano IBOC. No
site da Abert, há um comunicado
afirmando que, no dia 15, o
relatório do grupo indicará o padrão
americano por ser o único que se
adequa às necessidades brasileiras.
Os técnicos do Mackenzie, no
entanto, não devem assinar este
relatório. Segundo a universidade,
os testes com o IBOC foram
adequados, porém não há testes
suficientes para analisar as outras
opções. O Mackenzie defende que o
relatório só seja produzido quando
houver uma comparação equilibrada
dos três tipos de padrão
disponíveis.
Com Iboc, o sistema de rádio
digital apresentou mesmo alcance do
sistema analógico e qualidade de
sinal superior. A demanda por
energia, no entanto, cresce com a
rádio digital, o que prejudica quem
usa rádios portáteis, como rádios a
pilha ou rádio integrado ao celular.
O sistema digital também
apresenta um delay em relação ao
analógico. Assim, em eventos ao vivo
como um jogo de futebol, quem ouvir
a transmissão analógica saberá de um
gol ou do fim de quem ouve rádio no
sistema analógico.
A Aberta avalia que implementar o
sistema digital abrirá novos
mercados para as emissoras de
rádios, porém a compra de novos
equipamentos deve gerar custos
elevados para as emissoras.
A Associação calcula que cada
emissora deverá investir entre US$
80 mil e US$ 120 mil para adquirir
equipamentos adequados ao padrão
digital.