Um
sistema operacional
livre produzido numa
pequena cidade de Santa
Catarina vem fazendo
sucesso entre os
internautas. O
BRLIX já conta com
cerca de 13 milhões de
downloads em todo o
mundo, menos de um mês
depois de seu
lançamento.
Criado por
professores e alunos da
Faculdade Metropolitana
de Guaramirim (FAMEG),
município de 30 mil
habitantes localizado a
cerca de 170 quilômetros
de Florianópolis, o
BRLIX GNU/Linux
é a chamada "seqüência"
de um projeto de
pesquisa chamado FAMELIX,
que já contou com 26
milhões de downloads em
cinco idiomas.
O novo projeto,
desenvolvido pela mesma
equipe, conta com uma
interface e recursos
muito semelhantes ao
Windows Vista. E
nasceu com o objetivo de
auxiliar no combate à
pirataria e na inclusão
digital de comunidades,
segundo o professor
David Emmerich Jourdain,
alemão radicado no
Brasil e um dos
criadores do sistema.
"Vivemos diante de
uma geração Windows.
Muitas pessoas não
conseguiram se familiar
ao Linux devido aos seus
comandos serem muito
distintos", afirma. "Com
o nosso software,
utilizamos interfaces
muito semelhantes, para
que o usuário possa
optar por softwares
livres de forma
natural".
O painel de controle
e suas principais
funções, o acesso às
pastas e arquivos do
computador e até a
apresentação são
realmente quase
idênticos ao software da
Microsoft. "Não
competimos com o
Windows, conhecido por
90% dos usuários de todo
o mundo. Nos adaptamos
para criar uma
plataforma livre e
convencer o usuário",
diz o professor. "A
diferença é que o BRLIX
é de graça".
Segundo David, o
software brasileiro
apresenta alternativas
que facilitam o
aprendizado, além de
permitir que usuários
que já conhecem o Vista
ou o XP não se sintam
"perdidos" no novo
sistema operacional.
"Além de atender as
necessidades da maioria
dos usuários, o BRLIX
pode reduzir
sensivelmente os custos
de iniciativas de
inclusão digital, por
exemplo, evitando o alto
investimento em
softwares
proprietários",
acrescenta.
Emmerich e os alunos
criaram uma empresa, a
Epidemus, para gerenciar
a demanda do produto no
mercado e continuar as
pesquisas dentro da
universidade. Eles já
receberam boas notícias:
redes de lojas como as
Casas Bahia, no estado
do Ceará, começaram a
instalar o sistema nos
notebooks vendidos na
região. Contatos com
fabricantes de
computadores e celulares
também estão sendo
realizados, revela o
professor, que se
denomina anti-Windows
por "ideologia".
O BRLIX chegou a
derrubar um servidor da
Universidade de São
Paulo diante de
quantidade de downloads
de usuários.
"Conseguimos que o
governo de Santa
Catarina nos cedesse um
servidor para que os
usuários baixem o
sistema", explica.
"Não víamos muito
sentido num projeto
desenvolvido em nosso
Estado estar disponível
para
download somente em
servidores da USP", diz
Paulo Luna, diretor de
Ciência, Tecnologia e
Inovação da secretaria
de Desenvolvimento
Sustentável do estado
catarinense. "Como temos
grande interesse na área
tecnológica, passamos a
apoiar o projeto".
O BRLIX, que tem como
símbolo uma arara azul,
está disponível para
dowload no site
www.brlix.com.
A semelhança no nome
com Asterix, o fanfarrão
herói dos quadrinhos,
não é mera coincidência.
"Somos como os gauleses
que arrumavam encrencas
com todos os grandes
impérios", brinca
Emmerich.