Felipe Zmoginski, de INFO Online
SÃO PAULO - Os principais
fabricantes de eletrônicos no Brasil
estão cortando trabalhadores.
Dispensas já afetam CCE, Sony,
Salcomp, Digitron, LG e Philips, diz
sindicato.
As menores encomendas do varejo no
Sul e Sudeste estão detonando os
empregos do pólo industrial de
Manaus.
As empresas afetadas pela crise
evitam comentar as notícias
negativas, mas segundo o Sindicato
dos Metalúrgicos de Manaus, as
demissões acontecem em ritmo
acelerado na região.
“A crise pegou em cheio os
trabalhadores de Manaus. Demissões
no pólo industrial acontecem com
freqüência, em função da
sazonalidade da produção. Mas, em
tese, esta época do ano deveria ser
de forte atividade econômica, o que
não está acontecendo”, diz Sidney
Malaquias, diretor do sindicato.
A principal razão para os cortes
é a baixa nos pedidos do varejo.
Segundo a IDC, o consumo de
eletrônicos no país manteve o fôlego
até 15 de outubro. A partir desta
data, os auditores da consultoria
passaram a notar queda nas vendas no
varejo.
A IDC revisou para baixo sua
previsão de vendas de eletrônicos.
Em agosto, a consultoria previa que
a indústria brasileira faturasse
14,4% mais com produtos de
informática. Agora, diz que a
expansão será de 9%. Sobre a venda
de PCs, o crescimento antes
projetado para 18% foi revisado para
10%.
Suspensão do contrato de
trabalho
Para evitar a sangria de
empregos, o sindicato está
negociando com as companhias uma
suspensão temporária no contrato de
trabalho. “Existe uma MP que permite
suspender o contrato por um período
entre dois e cinco meses.
Conseguimos usar essa brecha para
fechar um acordo com a Philips que
recuou na iniciativa de dispensar
230 trabalhadores”, diz Malaquias.
Com o acordo, os trabalhadores
ficam sem receber salário no período
de suspensão, mas não perdem o
emprego. No período, eles devem
fazer cursos de qualificação
oferecidos pelo Governo Estadual do
Amazonas. Além disso, recebem seguro
desemprego da Previdência. “O acordo
foi aprovado em assembléia pelos
trabalhadores e, depois, aceito pela
Philips. Estamos tentando estender o
mesmo recurso para outras empresas
do setor, explica o sindicalista.