O G1 engana. O
pior dele se vê logo cara: é a aparência
nada sexy. Mas daí para frente, é só
alegria. A maquininha é um smartphone
irresistível. Detalhe: pega bem no Brasil,
com 3G na freqüência 2100 Mhz. Estamos
usando com 1 chip e um plano de dados da
TIM, na maior tranqüilidade.
Em tese, o G1, o primeiro celular com o
sistema operacional Android, do Google, é o
telefone da T-Mobile nos Estados Unidos e na
Inglaterra. Na prática, ele é um celular
que roda em qualquer lugar do mundo - desde
que se pague por ele os preços do varejo
alternativo – no Brasil, algo em torno
de1800 reais no Mercado Livre, com
desbloqueio incluído.
Com o G1, o Google e seu webware pulam para
a palma da mão em segundos, numa telinha
sensível ao toque, de 3,2 polegadas. O
Gmail fica ao alcance de um clique.
Contatos, Agenda, Google Maps, tradutor,
busca, idem. Mal dá tempo de piscar e está
tudo ali, aberto. O Google Talk abre em dois
cliques, junto com o MSN, ops, Windows Live
Messenger, e Yahoo! Messenger.
O melhor de tudo, o browser, é
inspiradíssimo, com menus que avançam pela
tela, se sobrepondo e recuando conforme se
navega. O browser trabalha bem com um
trackball e o teclado retrátil lateral, um
QWERTY completo, super confortável. Mudar a
orientação de vertical para horizontal é
praticamente obrigatório a toda hora. Basta
virar o telefone que a tela alterna a
orientação. O YouTube já abre na
horizontal.
Outra característica bacana do G1 é a
facilidade com que transita do 3G da rede
celular para rede Wi-Fi. Ele não tem rede n,
mas conversa com n sem qualquer problema.
Detecta a rede sem fio imediatamente e pula
para ela automaticamente. Se por acaso a
rede cai ou se sai do seu alcance, o 3G
retorna imediatamente, mas sai de cena de
novo quando a rede Wi-Fi volta. Para quem
tem um plano de dados modesto com a
operadora de celular, essa eficiência com
Wi-Fi vai ajudar muito.
Os aplicativos que não vêm no G1 podem ser
baixados no Android Market, no próprio
telefone, gratuitamente - pelo menos por
enquanto. Até agora há pouco, havia mais de
100 opções – 115, mais precisamente, se o
trackball não me enganou. Como se trata de
uma plataforma aberta, e o Google facilita a
colaboração, esse número só deve crescer, e
crescer velozmente, pela vitrine que o G1
representa para os programadores. O Opera
Mini, para os viciados em Opera, já está lá.
Um dos pontos altos entre os aplicativos é a
versão móvel da rádio social LastFM. Outro,
o programinha do grupo de mídia inglês
Telegraph, perfeito para notícias, e tão
bom, ou ainda melhor, que a versão do New
York Times para iPhone. Só não achei RSS
bem-feito. Testei dois, mas eles não
chegaram a entusiasmar.
Os aplicativos de tempo, ao contrário, são
ótimos. Com o AccuWeather, não é preciso
sequer indicar a cidade em que se está. Ele
acha sozinho. Outro aplicativo bacana é um
leitor de código de barras com nome óbvio:
Barcode Scanner. Ele usa a câmera de 3,2 MP
do G1, identifica o código e pode iniciar
uma busca no Google sobre o produto em
questão. Funcionou bem com todos os livros
americanos e Blu-ray importados testados,
que apareceram com resenhas e capas na
telinha do G1, mas não com produtos
brasileiros.
Feito pela HTC, a empresa asiática que mais
tem produzido rivais de iPhone, o G1 é um
computador dentro do bolso ou da bolsa. E
poderoso. A câmera digital, assim como o
design, não é lá dessas coisas. Mas, com
tantas qualidades, esses são defeitos que o
G1 pode se dar ao luxo de carregar.
Postado por - Sandra Carvalho - 15/12/2008