Kiyoshi Takenaka
As principais empresas de tecnologia foram a Las Vegas para mostrar suas mais recentes inovações em bens eletrônicos de consumo, mas apesar da abundância de TVs, computadores, telefones, câmeras e outros aparelhos em exibição, ficou claro que o setor prepara-se para um ano muito duro.
Embora tenha havido alguns pontos altos na discreta Consumer
Electronics Show deste ano —por exemplo os laptops de baixo
custo conhecidos como netbooks, o quadro que emergiu foi de
redução nos planos de investimento, com mais corte de empregos e
estagnação no crescimento, sem sinal de melhora.
A desaceleração econômica mundial chegou em um momento no
qual o ímpeto de crescimento dos televisores de telas planas e
das câmeras digitais, que impulsionou a expansão do setor nos
últimos anos, começou a perder força devido à alta penetração
conquistada por esses aparelhos nos países desenvolvidos. Isso
deixou as empresas de tecnologia sem produtos de destaque dos
quais depender.
Perguntado quando o setor de eletrônica deveria começar a se
recuperar da desaceleração, Shutoku Watanabe, vice-presidente
executivo da divisão de bens de consumo da Hitachi, disse: "Bem
que eu gostaria de saber."
"Provavelmente é melhor que nos preparemos mentalmente para
mais dois anos disso", declarou ele à Reuters em uma entrevista
na qual afirmou que a Hitachi provavelmente ficaria até 10 por
cento abaixo de sua meta de vendas de televisores LCD.
De acordo com estimativas de grupos de pesquisa como IDC,
Gartner e DisplaySearch, os mercados mundiais de computadores,
microchips e TVs de tela plana vão se contrair em valor em 2009,
já que a desaceleração econômica prolongada diminui os gastos
dos consumidores e empresas.
"Não acredito que haja um único produto que vá ajudar todo
mundo a sair dessa situação", disse Chris Crotty, analista da
DisplaySearch, que visitou à CES, encerrada no domingo, no qual
empresas de alta tecnologia como Microsoft e Palm revelaram seus
mais recentes produtos e estratégias.
Reuters