Segundo Petty, a crise externa não está afetando a indústria
de jogos eletrônicos e que o momento deve ser aproveitado
pelo país para ampliar sua produção. “Em momentos de crise
financeira, aumenta o consumo de entretenimento, porque as
pessoas passam a gastar menos, buscam opções mais caseiras.
A crise está afetando a indústria de forma positiva.”
O
número de empresas do setor deverá crescer de 42 para 50
neste primeiro semestre, prevê o presidente da Abragames. De
acordo com a entidade, 43,3% da produção nacional de
software para games são exportados, e 100% do hardware ficam
no mercado nacional. Os maiores compradores de jogos
brasileiros são a Europa, sobrtetudo a Alemanha, e os
Estados Unidos. O game nacional apresenta várias versões:
entretenimento; mercado publicitário; treinamento e
educação; e eventos.
O diretor de Relações Públicas da Abragames, André Penha,
ressalta que a participação brasileira na produção mundial
ainda é pequena e representa 0,16% do total. É uma parcela
inferior a participação nacional de 1,7% a 1,8% no mercado
mundial de softwares (programas de computador).
“A gente tem capacidade, por ser mídia e por ser
software, e por saber fazer as duas coisas, de produzir isso
aqui dentro, e tem um terreno enorme para crescer pela
frente”, diz Penha, acrescentando que o Brasil deve
fortalecer o mercado interno de games, para “multiplicar
essa indústria por dez nos próximos anos”.
Segundo Penha, existe no Brasil uma concorrência do
produto pirateado e da chamada “importação cinza”, referente
ao produto original que é trazido do exterior sem nota
fiscal. “Isso não gera dinheiro para o mercado, não paga
imposto, não fortalece a indústria brasileira. Fortalece o
contrabandista. Isso é ruim.”
Winston Petty avalia que ocorreu uma grande evolução da
indústria brasileira de games nos últimos anos, apesar do
setor ainda se encontrar em estágio embrionário em relação
ao resto do mundo. O salário médio de um profissional é hoje
e R$ 2.272,71. Para ele, esse valor está abaixo do ideal,
mas “reflete o estado de crescimento da indústria
brasileira”.
O setor gera cerca de 560 empregos. Embora o número seja
reduzido, o diretor da Abragames, André Penha, informou que
a indústria produz um Produto Interno Bruto (PIB) per capita
(por habitante) expressivo, que alcança em torno de R$ 160
mil/ano. “É bastante razoável como indústria de tecnologia”.
Segundo o presidente da Abragames, a indústria ainda
precisa de apoio governamental. O governo incentiva o setor
por meio de ações dos Ministérios da Cultura e do
Desenvolvimento, “apesar de em outros países haver suporte
bem mais estruturado, especialmente na questão de recursos
alocados. O investimento nesse mercado é muito agressivo
porque movimenta muito dinheiro. E o Brasil ainda está fora
disso”, disse.