Matt Gross
Laptops não são mais algo incomum em aviões, mas quando Heather Poole retirou seu computador em um vôo recente de Nova York para Los Angeles, se surpreendeu com a reação dos comissários de bordo que serviam bebidas.
"Eles pararam de servir - queriam segurá-lo, olhá-lo", disse Poole, 38, ela mesma uma comissária de bordo, que também escreve para o website de viagens Gadling.com.
O computador que atraiu toda essa atenção? O Aspire One, da Acer, um pequenino laptop que pesa apenas 1 quilo e tem um dos mais populares designs na categoria emergente dos netbooks - computadores portáteis cujo tamanho é tão pequeno quanto seu preço. Com processadores potentes, telas de 8 a 10 polegadas e teclados compactos, normalmente custam menos de US$ 500; alguns custam apenas US$ 200. No ano passado, um estimado de 14 milhões de unidades foram vendidas, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado DisplaySearch.
Para viajantes que não precisam de muito, netbooks são uma bênção. Num minúsculo volume, você pode carregar quase um computador completo, normalmente sem necessidade de cabos de energia, já que muitos netbooks vêm com baterias multicélulas de longa duração.
"Quando podemos simplesmente carregar a bateria, deixar o carregador de lado e saber que temos cinco ou seis horas de funcionamento, é simplesmente ótimo", disse Guy Munsch, sócio da Zen Tara Tea, uma companhia de chá orgânico de Bethesda, Maryland, que carrega seu Wind, da MSI, que comprou há um ano, para plantações de chá na China e na Tailândia.
Nesse período, no entanto, ele também descobriu as limitações de seu netbook.
"Tiramos muitas fotos, então graficamente existem limitações de trabalho com a tela", disse. E há ainda o problema dos periféricos: a caixa da fonte de alimentação, um disco rígido externo e por aí vai. A solução, disse, é "se editar".
Para Joel Johnson, o editor do blog Boing Boing Gadgets - que tem dado cobertura obsessiva ao fenômeno dos netbooks -, o baixo preço de seu novo Inspiron Mini 9 da Dell (US$ 200) aplaca uma de suas grandes preocupações em viagens de negócios. "Sempre temo lá no fundo que vou quebrar meu laptop - e quebrar meu único computador", disse. "Queria algo que fosse barato o bastante para eu jogar na mala e, caso quebrasse, pudesse apenas dar de ombros e dizer, 'que pena'".
Johnson afirma também que os netbooks logo ficarão ainda mais baratos, enquanto fabricantes adicionam funcionalidade móvel 3G e empresas concessionárias como AT&T e Verizon oferecem os produtos com grandes descontos (e até mesmo de graça) quando o consumidor contrata o serviço com carência de dois anos. "É mais ou menos como conseguir um telefone celular subsidiado", disse. "Claro, você consegue barato", mas ainda tem uma conta mensal para pagar.
Este viajante que não precisa de muito resistiu por bastante tempo a comprar um netbook. Sou um usuário veterano de Mac, e a maioria dos netbooks roda Windows e, às vezes, Linux. O MacBook Air, a opção de tamanho reduzido da Apple, por sua vez, sai a partir de US$ 1.799. Mas no último outono americano, com a explosão da popularidade dos netbooks veio uma onda de modificações de software que permitiu que muitos deles rodassem o OS X, da Apple. Quando o Boing Boing Gadgets publicou uma lista com os modelos mais compatíveis, tomei a iniciativa e encomendei um Wind da MSI. Ele saiu por US$ 447,53, incluindo memória extra e frete. (Desde então, o preço caiu US$ 50.) Menos de uma hora após tirá-lo da caixa, tinha o OS X carregado e funcionando.
Nos últimos quatro meses, o MSI anda constantemente ao meu lado. Sim, o teclado é pequeno, mas também são os meus dedos. Gosto de saber que posso me manter conectado, trabalhar e não ficar sem milhares de dólares se esquecê-lo no bolso do assento do avião. E, honestamente, eu amo os olhares invejosos em cafés e filas de segurança em aeroportos - mas talvez eles estejam apenas contemplando o adesivo que colei na tampa: a etiqueta da Apple que veio com meu iPhone.
Carregar um laptop atraente não se trata apenas de vaidade. Ele pode transformar vidas, como bem sabe Poole, a comissária de bordo. Uma vez, durante um vôo, ela flertou com um passageiro só porque ele estava usando um computador legal. Sete anos mais tarde, ele é seu marido.
Tradução: Amy Traduções
The New York Times