A internet tornou fácil fazer compras sem enfrentar filas. Agora, algumas companhias estão apostando que as pessoas estão dispostas a deixar de lado outra tradição do comércio: produtos que podem ser tocados pelos consumidores.
Os bens virtuais, que existem como bits digitais em celulares e computadores, ganharam popularidade nos últimos 12 meses como componentes importantes de vidas nas quais a web tem importância cada vez maior. Muitas vezes oferecidos por preços de 1 dólar ou menos, os bens virtuais variam de acessórios para videogames como armas adicionais em jogos de combate a cartões e flores eletrônicos de aniversário para os amigos de Facebook, ou serviços de encontros românticos como o Zoosk e o flirtomatic.com.
Os produtos virtuais são populares há anos em outras partes do mundo, entre as quais a Ásia, mas estão apenas começando a ganhar popularidade nos Estados Unidos. Para muitas empresas iniciantes na web, mercadorias digitais são fonte importante de receita para substituir as verbas publicitárias cada vez mais escassas. E uma série de transações de valor elevado sugere que os bens virtuais estão se tornando mais que uma moda passageira.
Em novembro, a produtora de videogames Electronic Arts pagou US$ 275 milhões pela Playfish, que produz jogos para redes sociais como o Facebook, no qual há produtos virtuais à venda. Um mês mais tarde, um grupo de investidores decidiu capitalizar em US$ 180 milhões uma produtora rival de jogos em redes sociais, a Zynga. Os produtos virtuais respondem por 90% das receitas da companhia, que uma fonte familiarizada com suas atividades estimou em US$ 300 milhões anuais.
"As companhias de maior porte estão emprestando sua força a esse modelo", disse Atul Bagga, analista da ThinkEquity. Ele acredita que o mercado de bens virtuais dos Estados Unidos pode dobrar em 2010, ante o movimento de US$ 1 bilhão estimado para 2009.
A corrida para oferecer bens virtuais surge em meio à erosão no faturamento com publicidade online, que tradicionalmente servia como base de receita para os sites de gratuitos. O movimento de publicidade online nos EUA caiu em 5,3%, para US$ 10,9 bilhões, no primeiro semestre de 2009, ante o mesmo período de 2008, de acordo com o Internet Advertising Bureau.