Agência Bras
Brasília - A liderança da internet como meio de atendimento bancário, divulgada nesta semana pelo Banco Central, reflete os investimentos em segurança e tecnologia feitos pelo setor.
A avaliação é do consultor tecnológico da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Luís Marques. Ele defende o investimento maciço em educação para orientar os internautas a se prevenirem de golpes e armadilhas.
“Não adianta nada os bancos multiplicarem as senhas de acesso e instalarem teclados flutuantes nas páginas, se o usuário abrir um anexo de e-mail com um programa que copia as informações bancárias para terceiros”, afirma o consultor.
Para Marques, a educação digital representa o principal desafio para a consolidação das transações bancárias pela internet no Brasil. Segundo ele, atualmente o maior risco para os usuários não está em possíveis fragilidades nos sistemas dos bancos.
“A forma como o usuário se conecta pela internet não representa a principal fonte de ameaça, mas sim, os e-mails sutis com fotografias e anexos que contaminam o computador”, diz.
O especialista recomenda ao internauta que não abra e-mails de remetentes desconhecidos. Caso abra as mensagens, o usuário deve evitar clicar em links e anexos. Ao entrar nos sites dos bancos, o correntista deve ainda verificar se existe um desenho de um cadeado na parte inferior da página, o que garante a segurança na navegação.
De acordo com o especialista, a nova geração de usuários está menos sujeita a fraudes por estar mais adaptada à internet. Dessa forma, ele acredita que as campanhas educativas devam ter como foco a população que não cresceu na era da informática.
“O público que está entrando na internet está mais preparado. Hoje, o jovem que cai numa armadilha virtual avisa para todos os amigos, o que não ocorre com as gerações mais velhas”, explica.
A entrada da população jovem na internet, ressalta Marques, certamente está relacionada com a expansão dos meios eletrônicos de pagamento no país. “Ano a ano, a utilização da internet cresce em velocidade razoável porque aumenta o número de contas-correntes da população jovem. Além disso, o pessoal, de forma geral, está adquirindo confiança”, diz.
Marques também destaca a certificação digital - ferramenta eletrônica fornecida pela Receita Federal - como fator de consolidação da internet como meio de relacionamento com os bancos. Isso porque, segundo ele, as empresas respondem por metade das transações bancárias pela internet no país.
“A Receita tem tornado cada vez mais obrigatório o uso da certificação digital, que dá segurança não apenas na relação com o fisco, mas também com os bancos”, explica.
Para ele, a utilização da internet pelas empresas está bastante desenvolvida no país, tanto pela conexão com a Receita Federal, como pela integração com prestadoras de serviço e empresas de cartão de crédito.
“Hoje temos dois universos no sistema bancário pela internet: o das empresas, que é plenamente desenvolvido, e o das pessoas físicas, que ainda precisa evoluir”, avalia.