John C. Dvorak
Smartphones, Twitter e vídeos tornam a internet instável.
A internet anda atopetada de usuários e muitos deles ficam online o tempo p todo. Então, faz sentido perguntar: até onde a rede suporta? Venho notando a instabilidade na internet, de uns dois anos para cá. Ocorrem interrupções estranhas, quedas no sinal, pequenos engasgos. Parte do problema deve-se à expansão do mercado de smartphones, cujos usuários se mantêm online o tempo inteiro. E então usam o Facebook, o Twitter e outras redes sociais para enviar e receber mensagens vazias. São esses textos vácuos que vão derrubar a rede quando combinados com a visualização incessante de videoclipes devoradores de banda.
Gosto das mensagens de texto e compreendo seu valor, mas há notícia de pessoas que metralham mais de 10 mil mensagens por mês! Alguns grupos de adolescentes loucos por telefone são os que cometem os maiores abusos. Ou eles estão andando na rua tagarelando via celular ou estão mandando mensagens de texto, muitas vezes também enquanto andam. Em algumas regiões do Reino Unido, as autoridades tiveram de colocar almofadas nas árvores e postes porque as pessoas esbarram neles e depois põem a culpa na prefeitura. Eu mesmo tenho levado encontrões na rua numerosas vezes. E todos estamos sujeitos a acidentes provocados por motoristas que dirigem enquanto falam ao celular.
Boa parte dessa atividade é uma carga para a rede, sem nenhuma razão aceitável. Não há ninguém que eu conheça que tenha um iPhone, por exemplo, e não fique constantemente mexendo nele, checando mensagens, notícias ou resultados esportivos. Nada disso é tão importante para receber atenção 24x7. Outra carga excessiva vem da mania dos streamings de vídeo. Há sites inteiros dedicados a isso. Boa parte dos vídeos está ligada a podcasts, nos quais não há nenhuma necessidade de vídeo. São essencialmente conteúdos de áudio.
Também não estou muito feliz com o áudio que consome banda na rede. Só o Skype transporta incontáveis gigabytes de dados a cada minuto. O uso das redes peer-to-peer subiu à estratosfera. E, até onde sei, a China ainda não está completamente servida de internet. Portanto, pode-se esperar mais carga — e nenhum desses itens está em baixa.
As cargas vão se multiplicar nos próximos anos e eu não ficaria surpreso se o mundo inteiro sofresse um apagão de internet. Sem dúvida, teremos uma enorme oferta de novos aparelhos chegando antes do Natal. Além de toda sorte de smartphones, haverá uma avalanche de tablets usando Android, Chrome e Windows. O Chrome OS é particularmente problemático por ser na essência um sistema de nuvem, conectado 24 horas à internet, e usar a nuvem para tudo. Quando a rede cai, ele se torna inútil.
Bem, onde é que eu estava? Eu tentava reclamar do fato de que a internet está ficando instável. As pequenas falhas estão me dando nos nervos. Penso que não vai durar muito para ela se tornar algo totalmente inconfiável.