Dispositivos microfluídicos, como os biochips e os microarrays usam canais microscópicos, escavados em plástico ou vidro, para realizar análises biológicas ou químicas com uma precisão e uma velocidade que não são possíveis com os equipamentos tradicionais.
Eles podem ser usados para realizar exames médicos, testar novos medicamentos, fazer análises de alimentos, monitoramento ambiental e até servirem como biofábricas.
Já existem biochips capazes de detectar o HIV em segundos, sequenciar DNA, detectar tipo e gravidade do câncer e simular o metabolismo de medicamentos no corpo humano, apenas para citar alguns exemplos.
Interface
Para isso, contudo, eles precisam ser conectados a computadores, que possam receber as medições, analisá-las, compará-las com padrões e mostrar os resultados na tela, enviá-los para uma impressora ou disponibilizar as informações pela internet.
Mesmo os telefones celulares já têm capacidade suficiente para processar as medições feitas pelos biochips, podendo ainda transmitir os dados para um laboratório central, abrindo a possibilidade de atendimento emergencial em áreas remotas.
Em conjunto com um biochip adequado, as câmeras dos celulares têm resolução suficiente para funcionarem como microscópios - veja Celular vira microscópio capaz de detectar doenças.
Porém, por mais interdisciplinar que seja a equipe de pesquisas, a necessidade de desenvolver uma interface específica para cada dispositivo criado é um grande entrave para que os bons resultados nos laboratórios se transformem em soluções comerciais disponíveis para a população.
"USB" dos biochips
Agora, engenheiros da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveram uma interface que promete facilitar o desenvolvimento desses dispositivos médicos ultracompactos.
Eles acreditam que a interface tem potencial para se tornar uma espécie de USB da microfluídica. "Nós sabemos que há uma enorme necessidade de uma interface para conectar a microfluídica com os equipamentos eletrônicos," disse Tingrui Pan, que criou a conexão juntamente com seu colega Arnold Chen.
Os conectores, batizados pelos cientistas de Fit-to-Flow/i>, podem ser integrados e serem controlados pelo padrão PCI de conexão, usado em computadores, enquanto uma microbomba incorporada no dispositivo permite que ele seja acionado via computador ou smartphone sempre que for necessário.
Com este esquema padrão de conexão, biochips projetados para executar testes diferentes, como analisar amostras de ar, água ou de sangue, poderão ser plugados no mesmo dispositivo de manipulação de fluidos em escala macro.
E controlados por equipamento eletrônico padrão, seja um computador, um telefone celular, um PDA ou qualquer equipamento futuro que incorpore o sistema de comunicação.
Inovação Tecnológica