Reuters
NOVA YORK - O livro de memórias do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, trará um relato de sua vida e da história do discreto grupo que vem divulgando documentos secretos, disse nesta segunda o editor americano Alfred A. Knopf.
O porta-voz de Knopf, Paul Bogaards, afirmou que Assange e a editora chegaram a um acordo sobre sua autobiografia "pouco antes do feriado" e espera-se que um manuscrito seja entregue em 2011.
Assange declarara ao jornal The Sunday Times, na Grã-Bretanha, que havia feito um acordo sobre um livro por causa de necessidades financeiras decorrentes de questões legais.
O acerto envolverá a quantia de 800 mil dólares da parte da Knopf e outros 500 mil dólares da editora britânica Canongate, ambas parte do grupo Random House, propriedade da Bertelsmann AG.
"Não quero escrever esse livro, mas tenho de fazer isso", disse Assange ao Times, citando uma crescente conta de serviços jurídicos que chegava a mais de 200 mil libras. "Tenho de me defender e manter o WikiLeaks no ar."
Bogaards afirmou que o livro ainda não tem título.
"Em termos de assunto, será um relato completo de sua vida até o momento, incluindo a fundação do WikiLeaks e o trabalho que ele vem fazendo lá", disse Bogaards. "Ainda não temos um cronograma para a publicação das memórias."
Assange, de 39 anos, é um australiano especialista em computadores que enfureceu os Estados Unidos ao divulgar despachos diplomáticos secretos em seu website e fazer acordo com alguns jornais no mundo para amplificar o impacto das revelações.
Ele está agora sob liberdade condicional, em prisão domiciliar em uma casa na região rural da Inglaterra, enquanto luta contra a extradição para a Suécia, onde as autoridades querem interrogá-lo numa acusação de delitos sexuais.