Paula Rothman, de INFO Online
SÃO PAULO - Cientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia, criaram um processador com mais de mil núcleos.
O resultado representa um grande salto se comparado aos computadores atuais que têm em sua CPU, a unidade central de processamento que lê e executa instruções, até 16 núcleos.
Com o chip de mil núcleos, o Dr Wim Vanderbauwhede e colegas da Universidade de Massachusetts Lowell foram capaz de processar um dos algoritmos centrais do formato de vídeos MPEG (o mesmo do YoutTube) a uma velocidade de 5 Gigabytes por segundo – 20 vezes mais rápido do que os atuais desktops topo de linha.
O segredo está em um chip especial chamado Field Programmable Gate Array (FPGA). Assim como todos os microchips, ele contém milhões de transistores, porém, nos FPGAs, estes podem ser configurados em circuitos específicos pelo usuário ao invés de serem programados em fábrica. Essa característica permitiu que a equipe de pesquisadores dividisse os transistores do chip em pequenos grupos, atribuindo a cada um deles uma tarefa diferente.
Criando mais de mil mini circuitos, eles conseguiram formar mil núcleos trabalhando instruções independentes. Para tornar o processador ainda mais rápido, cada núcleo recebeu uma quantidade de memória dedicada.
O resultado ainda é o que se chama de “prova de conceito”, e serão necessários outros estudos antes que alguma aplicação comercial possa ser cogitada. Atualmente, os FPGAs não são usados em computadores comuns por serem difíceis de programar, no entanto, experimentos como esse ressaltam suas outras características: sua enorme capacidade de processamento e seu baixo consumo de energia (obtido graças à sua velocidade de operação).