Paula
Rothman, de INFO Online
SÃO PAULO - Em uma pesquisa recém publicada pela Sociedade Química Americana,
cientistas revelam que o cigarro causa danos no DNA apenas minutos depois de a
fumaça ser inalada.
Diferentemente do que se pensava antes, os danos genéticos não aparecem ao
longo dos anos, mas sim entre 15 e 30 minutos depois de cada trago.
O trabalho do Dr. Stephen S. Hecht e seus colegas é o primeiro estudo humano
a detalhar a maneira como certas substâncias no tabaco causam danos no DNA
associados ao aparecimento do câncer.
Evidências mostram que substâncias nocivas no tabaco (os “polycyclic aromatic
hydrocarbons”, ou PAHs) são um dos principais culpados pelo câncer de pulmão –
um mal que mata, todos os dias, cerca de três mil pessoas no mundo. Até agora,
no entanto, não havia um trabalho detalhando como agem esses químicos no corpo.
Na pesquisa recém divulgada, 12 voluntários fumantes usaram cigarros
especiais, nos quais o PAH phenanthrene foi marcado para que seu caminho no
corpo pudesse ser rastreado. As análises mostraram que o phenanthrene
rapidamente forma uma substância toxica no sangue, que causa as mutações no DNA.
Os fumantes desenvolveram níveis máximos dessa substância em um tempo
surpreendente: entre 15 e 30 minutos. O efeito é tão veloz que, segundo os
pesquisadores, seria equivalente a injetar o produto que causa mutação
diretamente no sangue.
Além do pulmão, o cigarro também está associado a pelo menos 18 outros tipos
de câncer. Em seu trabalho, os pesquisadores escrevem que “os resultados
apresentados deveriam servir como um alerta àqueles que consideram começar a
fumar cigarros”.