A China é o maior inimigo tecnológico do site WikiLeaks e não os Estados
Unidos, declarou seu fundador Julian Assange, que garantiu que o gigante
asiático é o país que mais pratica a censura das fontes de informação.
"A China tem uma tecnologia agressiva e complexa de intercepção imposta ao
leitor dentro do país e às fontes de informação de fora", explicou Assange em
declarações à revista britânica New Statesman. Segundo Assange, o site WikiLeaks
"leva muito tempo lutando para conseguir que suas informações cheguem (à
China)".
Assange, que está em prisão preventiva no Reino Unido à espera da decisão
sobre sua extradição solicitada pela Suécia por supostos delitos sexuais
cometidos no país, critica, além disso, as tentativas do Ministério da Justiça
dos EUA de montar uma acusação legal contra ele e outras pessoas.
O Governo americano "se sentiu envergonhado pelas revelações sobre sua
política externa e está buscando denúncias infundadas", acusou o fundador de
WikiLeaks, que garantiu que se algo acontecer com ele, irá publicar diversos
documentos guardados.
Assange não revela o conteúdo desses arquivos, mas afirma que incluem 504
documentos diplomáticos da embaixada dos EUA sobre uma determinada emissora
assim como documentos em torno do magnata australiano Rupert Murdoch e seu grupo
News Corp, dos jornais britânicos The Times e The Sun, entre outros.
Sobre Bradley Manning, o soldado americano acusado de ter filtrado documentos
diplomáticos do país para o site WikiLeaks, Assange diz que nunca ouviu falar
dele e diz que Washington usou o militar para montar seu caso contra ele. "O
objetivo é obrigar que ele confesse que conspirou comigo para pôr em perigo a
segurança nacional dos Estados Unidos", criticou Assange, que rejeita as
acusações.
"A tecnologia do WikiLeaks foi projetada desde o início para assegurar a
identidade das pessoas por trás do material. Não é possível rastrear nem
censurar o conteúdo. É a única forma de garantir a proteção de nossas fontes",
explica. De acordo com o fundador do WikiLeaks, as tentativas do Governo dos EUA
de processá-lo deveriam preocupar também os meios de comunicação tradicionais.
"Se aconteceu comigo, pode acontecer com eles", diz Assange. "Inclusive o New
York Times (um dos jornais que publicaram os documentos do WikiLeaks) está
preocupado", completou.
EFE