Estilo de
computar
Quando se fala em
consumo de energia
dos
computadores,
pensa-se
automaticamente nos
processadores.
Mas a Dra Kathryn
McKinley, da
Universidade do
Texas, afirma que
esta visão é
parcial, e deixa de
lado um elemento
crucial: o software.
Em uma analogia
com o mundo
automobilístico, é
como se apenas os
motores fossem
considerados os
culpados pelo
consumo de
combustível.
O que a Dra.
McKinley propõe é
que o estilo de
dirigir também é
essencial.
Uma diferença
que, se já não é
desprezível para um
usuário pessoal,
pode representar
economias
gigantescas para os
centros de dados de
empresas como Google,
Apple, Intel e
Microsoft.
"Uma parcela cada
vez maior daquilo
que se gasta não
está indo para a
compra do hardware,
mas para a energia
que os
datacenters
consomem," diz ela.
Perfil de
consumo dos
processadores
McKinley afirma
que, para que as
empresas possam
otimizar seu consumo
de energia, é
necessário dispor de
perfis de potência
detalhados de como
os
processadores
funcionam com
diferentes softwares
e sob diferentes
arquiteturas.
Foi isto que ela
e Stephen Blackburn,
da Universidade
Nacional da
Austrália, fizeram.
E o perfil de
consumo do hardware
sob diferentes
demandas de
processamento poderá
ajudar a diminuir o
consumo de energia
não apenas dos
datacenters e
dos computadores,
mas também de
dispositivos
portáteis, como
notebooks, tablets e
celulares.
E menor consumo
em aparelhos
portáteis significa
baterias que
duram mais tempo.
"Nós fizemos
medições que ninguém
havia feito antes,"
diz McKinley. "Nós
mostramos que
diferentes
softwares, e
diferentes classes
de software, têm
consumos de energia
realmente
diferentes."
Consumo
de energia do GPS
Os pesquisadores
citam como exemplo
típico os
aplicativos para
celulares e
smartphones que
usam o GPS.
"Em termos de
energia, o GPS é uma
das funções que mais
gastam energia em um
celular. Um
algoritmo ruim pode
fazer o GPS ler
dados muito mais do
que o necessário
para o programa
funcionar bem,"
exemplifica a
cientista.
De posse do
perfil de consumo de
energia do
processador, o
programador poderá
otimizar seu
algoritmo,
minimizando os pings
feitos pelo GPS, sem
afetar a
funcionalidade do
programa.
E isto, afirmam
os pesquisadores,
vale para todos os
programas de
computador,
incluindo os pesados
algoritmos de
indexação e busca em
bancos de dados,
tipicamente usados
em datacenters.
Consumo
dos programas
Segundo os
pesquisadores, o
ideal é que o perfil
de consumo de
energia dos
processadores seja
levado em conta
desde o início do
projeto.
Ou seja, eles
defendem uma mudança
no foco quando o
assunto é
otimização: enquanto
até hoje só se falou
em otimização para
aumento da
velocidade e do
desempenho, é
necessário agora
otimizar os
programas para que
eles consumam o
mínimo de energia.
A Intel acabou de
lançar um
processador que
disponibiliza
informações sobre
seu consumo de
energia, de forma
que os programadores
possam ajustar as
funções dos
programas.
Embora aplauda a
iniciativa, McKinley
afirma que os dados
são muito básicos, e
que é necessário
disponibilizar
informações muito
mais detalhadas
sobre o consumo de
energia dos chips em
tempo real.
Em um efeito em
cascata, essas
informações poderão
chegar aos
programas.
Assim, um usuário
poderá decidir se
baixa ou não um
aplicativo para seu
tablet ou celular
dependendo de quanta
energia ele vai
drenar da bateria.