Células solares de nanocristaisHá cerca de
seis anos, cientistas descobriram que os
nanocristais têm potencial para revolucionar o campo das
células solares.
Usados como matéria-prima para a construção das
células solares, esses nanocristais produzem um efeito
chamado "avalanche de elétrons", em que cada fóton pode
produzir dois ou até três elétrons, gerando uma corrente
muito maior do que as células solares tradicionais.
Embora fisicamente esses nanocristais sejam sólidos,
eles são tão pequenos que flutuam sobre um meio líquido,
o que significa que podem ser aplicados como se fossem
uma tinta - cada um deles mede cerca de 4 nanômetros de
diâmetro, sendo necessários mais ou menos 250 bilhões
deles para cobrir a cabeça de um alfinete.
Isto significa que, além de eficientes, eles podem
gerar células solares muito baratas.
Líquido condutor
O grande desafio é aplicar essa matéria-prima sobre a
célula solar, devido à falta de um líquido estável que
também conduza eletricidade.
Os experimentos têm usado moléculas orgânicas para
manter a estabilidade dos nanocristais e evitar que eles
se aglomerem, perdendo área de absorção dos fótons.
Mas essas moléculas são más condutoras de
eletricidade, o que reduz o rendimento potencial das
células solares de nanocristais.
Solução semicondutora
A solução, literalmente falando, veio pelas mãos de
David Webber e Richard Brutchey, da Universidade do
Sudeste da Califórnia.
Eles desenvolveram uma solução que funciona como uma
espécie de revestimento dos nanocristais, cumprindo todo
o papel dos polímeros orgânicos.
A vantagem é que o líquido é feito de um material
semicondutor, o seleneto de cádmio, otimizando a
transferência dos elétrons, e trazendo as células
solares de nanocristais de volta aos arredores do seu
potencial total de rendimento.
Outro aspecto essencial é que a técnica funciona a
uma temperatura relativamente baixa, permitindo a
impressão das células solares líquidas sobre plástico, e
não apenas sobre vidro, como feito até agora.
Cádmio
Não é uma solução definitiva, agora falando em termos
de resultados, porque o cádmio é tóxico e já sofre
várias restrições em sua aplicação industrial.
Mas é uma prova de conceito que demonstra a
possibilidade de uma saída para o problema sem perder o
aspecto líquido da tecnologia, que é uma de suas grandes
vantagens.
Os cientistas sabem disso, e afirmaram que já estão
começando a trabalhar em outros semicondutores,
verificando a compatibilidade de outras substâncias com
sua técnica de baixa temperatura.