Em 2010 veio a
luz super torcida, usada para criar, um ano depois, um
transístor óptico.
Há poucos dias, uma equipe tirou proveito do
efeito para criar
hélices de escuridão, permitindo contornar os inconvenientes do
comprimento de onda da luz, muito grande para lidar com objetos em
escala atômica.
Luz multicanal
Agora, Jian Wang, trabalhando na Universidade do Sul da Califórnia,
nos Estados Unidos, usou "hologramas de fase" para manipular oito feixes
de luz, fazendo-os propagar-se como se fossem hélices de DNA.
Cada um dos feixes tem sua própria torção, o que permite codificar
bits de dados em cada um deles - imagine diferentes parafusos, cada um
com um número diferentes de "voltas" na rosca.
Os feixes foram divididos em dois grupos de 4, cada um deles com um
momento angular orbital diferente.
Os dois grupos foram filtrados para assumirem polarizações
diferentes, e combinados em um único feixe de luz para transmissão,
quatro no centro e quatro em volta.
Assim, cada feixe se torna um fluxo de dados independente dentro do
canal principal, de forma similar às diferentes estações que um rádio
consegue captar.
No receptor, o processo é desfeito, desmontando-se o feixe principal
em suas diversas hélices de luz constituintes, quando então se pode ler
os dados.
"Nós não inventamos a luz torcida, mas nós pegamos o conceito e o
levamos para a faixa dos terabits por segundo," disse o Dr. Alan Willner,
coordenador do experimento, acrescentando que uma das belezas da óptica
é que "você consegue fazer coisas com a luz que você não consegue fazer
com a eletricidade".