Assim, as varejistas traçam o perfil do cliente e oferecem a ele itens com mais chance de serem comprados.
No exterior, a Amazon.com, que está para iniciar operações no Brasil, é a que mais tem avançado em relação a tecnologias.
No mercado doméstico, destacam-se Nova Pontocom (com lojas virtuais de Ponto Frio, Extra e Casas Bahia), B2W (Americanas.com e Submarino), Magazine Luiza, Saraiva e Dafiti (vestuário e calçados), de acordo com consultores ouvidos pela Folha.
A forma de mapeamento do consumidor e o nível de personalização variam.
"Os sites mais desenvolvidos alteram 50% dos elementos da página de acordo com o perfil do internauta", diz João Bernartt, presidente da Chaordic Systems, empresa de personalização digital.
"Tecnicamente, será possível chegar a 100% de mudança no futuro, mas creio que as empresas optem por manter campos fixos, como espaços promocionais."
Malte Huffmann, sócio-diretor da Dafiti, diz que, com a personalização, a compra fica mais fácil. "E nada é obrigatório: o consumidor sempre pode desistir."
O site do Ponto Frio oferece links para redes sociais como Facebook e Twitter. Ao conectá-las por ali, o usuário é avisado de que as informações publicadas nas redes serão vistas pela varejista. "Se o consumidor autoriza, temos acesso", diz Vicente Rezende, diretor de marketing da Nova Pontocom.
TRANSPARÊNCIA
Mas Leandro Bissoli, advogado especializado em direito digital e sócio do escritório Patricia Peck Pinheiro, diz que há sites que permitem, sem explicitar o procedimento, que o internauta seja monitorado por empresas de venda de bens ou serviços.
"Ainda não existe, no Brasil, lei que proíba o mapeamento da web, mas, se o uso de dados pessoais por uma empresa lesar o consumidor, é possível entrar na Justiça."
A Proteste, associação de defesa do consumidor, destaca que o cliente precisa ser avisado pelos site sempre que estiver sendo monitorado e poder decidir se permite.