O site de vazamento de documentos governamentais Wikileaks está fora do ar, vítima de ataques de negação de serviço (DDoS) que tiram servidores do ar solicitando mais acessos do que eles podem suportar.
De acordo com informações postadas por voluntários do projeto em perfis no Twitter e no Facebook, o site vem sofrendo com a suspensão do seu serviço desde o último dia 3 de agosto.
Por enquanto, ainda não se sabe que organização estaria fazendo os ataques DDoS, celebrizados como método preferido de protesto do grupo-irmão do Wikileaks, o Anonymous.
O Wikileaks acredita que as invasões podem ser uma tentativa do governo sírio de evitar novos vazamentos de informações internas do regime de Bashar al Assad ou uma represália patrocinada pela empresa de segurança global Stratfor, que teve sua estratégia mundial revelada em uma série de documentos divulgados no começo do ano.
Por enquanto, o Wikileaks está usando endereços alternativos para permitir o acesso ao seu acervo. A página principal – Wikileaks.org – continua offline.
Contexto
Tendo como uma proposta a cobrança de uma transparência radical por parte de governos e instituições privadas de interesse público, o Wikileaks ganhou notoridade com o vazamento de mais de 250 mil documentos secretos dos Estados Unidos, em novembro de 2011.
O caso gerou uma crise internacional de grandes proporções, com o soldado colaborador da instituição – Bradley Manning – tendo sido enviado para a prisão de segurança máxima da Baía de Guantánamo, em Cuba, acusado de crime contra a segurança nacional.
A repercussão negativa da divulgação dos cabos diplomáticos também prejudicou muito o criador do projeto, Julian Assange, que sofre um suspeito processo de estupro – ou melhor, sexo sem camisinha – na Suécia. No futuro, Assange pode ser extraditado para os Estados Unidos, onde poderia receber até a pena de morte.
O ativista perdeu todos os recursos possíveis e foi obrigado pela justiça britânica a se apresentar para julgamento na Suécia, mas considerou-se abandonando pelo seu país natal – Austrália – e decidiu buscar refúgio na embaixada do Equador.
Um dos poucos governantes favoráveis ao Wikileaks, o esquerdista Rafael Correa ainda avalia se aceitará abrigar Assange, considerando-o um perseguido político.
A decisão deve ser anunciada depois do final da Olimpíada de Londres.
Olhar Digital