Próteses neuraisQuando uma
pessoa com paralisia imagina mover o membro
paralisado, os neurônios da parte do cérebro
que controlam aquele movimento ainda
disparam como se estivessem tentando fazer o
membro imóvel mexer-se novamente.
Apesar da lesão neurológica ou da doença
que rompeu a via entre o cérebro e o
músculo, a região onde os sinais são
emitidos permanece intacta e funcional.
Nos últimos anos, neurocientistas e
neuroengenheiros que trabalham com próteses
começaram a desenvolver sensores
implantáveis no cérebro que podem medir
sinais a partir de neurônios individuais.
Depois de submeter esses sinais a um
algoritmo matemático para decodificação,
eles os utilizaram para controlar cursores
de computador apenas com o pensamento. Essa
área de estudo é conhecida como protética
neural.
Algoritmo neural
Uma equipe de pesquisadores da
Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos, desenvolveu agora um novo algoritmo,
chamado ReFIT (REcalibrated Feedback
InTention, intenção de feedback
recalibrada, em tradução livre).
O algoritmo melhora muito a velocidade e
a precisão das
próteses neurais que controlam os
cursores na tela do computador.
Em demonstrações lado a lado com
macacos-rhesus, cursores controlados pelo
algoritmo ReFIT duplicaram o desempenho dos
sistemas existentes, aproximando-se do
desempenho do braço real.
Melhor ainda, mais de quatro anos após a
implantação, o novo sistema continua
funcionando de forma robusta, enquanto os
sistemas anteriores apresentam uma
diminuição constante de desempenho ao longo
do tempo.
"Essas descobertas podem levar a um
desempenho e robustez muito melhores das
próteses implantadas em pessoas com
paralisia, algo que estamos buscando
ativamente como parte dos testes clínicos
[com a plataforma]
BrainGate," disse Krishna Shenoy,
coordenador do experimento.