Na última edição da CES, a maior feira de produtos eletrônicos do mundo,
ficou evidente que há uma tendência de maximização no mercado. Celulares,
tablets e televisores ficaram maiores e, no caso dos últimos, como aumentou
também a resolução dos aparelhos, o telespectador precisa chegar mais perto para
notar a diferença.
"Quando chega mais próximo você vê mais pixels, eles estão mais juntos. Você
consegue ver essa riqueza de detalhes, [porque] não vê tanto espaço entre um
pixel e outro", explicou ao Olhar Digital o gerente de produtos
e televisores da LG, Rafael Gris. Mas isso não faz mal para os olhos? Segundo o
oftalmologista Paulo Schor, não.
Schor, que é vice-diretor acadêmico do Curso de
Medicina na Escola Paulista de
Medicina da Unifesp, disse que se trata de "um medo irracional da luz".
"O que a televisão produz, o que os LEDs da televisão produzem e mesmo o que o
raio catódico produzia, é luz. Luz visível. E a luz visível não faz mal nenhum
pra gente", disse ele, que também é vice-chefe do Departamento de Oftalmologista
da universidade. "A princípio, o que vem da televisão como luz visível, do
cinema e do computador é luz boa. É normal, não faz mal nenhum. Nem ficar muito
tempo exposto faz mal para o olho, nem ficar pouco tempo exposto poupa o olho."
As televisões ficarão mesmo cada vez maiores, segundo Rafael Gris, da LG: "Os
consumidores estão procurando e a gente está atendendo. Primeiro por uma questão
de preço. Os preços de telas maiores ficaram mais acessíveis. Cinco anos atrás
você comprava uma 32 polegadas. Hoje você já consegue ter modelos de 47
polegadas no mesmo patamar de preço."
Embora a história de que ver
TV de perto faça mal seja mito, isso pode, sim, gerar desconforto, de acordo
com o dr. Schor. Quanto mais próxima a pessoa estiver de uma tela, mais
convergência tem de dar no olho e mais esforço de focalização precisa fazer,
causando dor de cabeça, por exemplo. "Se eu já tiver uma deficiência de
convergência ou de focalização eu posso ter uma coisa que se chama astenopia,
que é uma sensação de peso na região frontal", disse ele. Mas isso é uma
sensação; parou, resolve. Como frio.
Outra coisa que o oftalmologista desmistificou é o uso de tablets, smartphones e
computadores: nenhuma dessas tecnologias faz mal à saúde dos olhos. Até porque
antes de chegarem às prateleiras há um esforço regulatório para não haver
problemas "Tudo que emite luz não é uma coisa que a gente tem de ter medo. A não
ser que os fabricantes falem: isso pode ser danoso em uma exposição maior. Mas
os eletroeletrônicos que estão à venda nas melhores casas do ramo não são
maléficos ao olho."
Olhar Digital