Há exatamente um ano – em fevereiro de 2012 – com um volume de vendas de quase 16 milhões de unidades, o Brasil se consolidou como terceiro maior mercado mundial de computadores; ficando atrás apenas de China e Estados Unidos. A constatação da consultoria IDC levou uma série de fabricantes internacionais a instalarem fábricas e distribuidores no país; afinal, a expectativa para o setor era pra lá de otimista, com um crescimento esperado de até 13%.
"Já chegamos ao final do ano de 2012 e realmente o resultado foi muito aquém da expectativa dos fabricantes", diz Camila Santos, analista sênior da consultoria IDC.
Apesar de o volume de vendas ter continuado alto, 2012 foi um ano morno e praticamente idêntico ao ano anterior. A inesperada estabilidade teve seus motivos para acontecer e frustrar o mercado.
"Tivemos durante o ano todo de 2012 uma série de flutuações na taxa do dólar que impacta diretamente nos fabricantes porque, apesar da importação local, a importação de insumos acaba agindo no preço", explica Camila.
Segundo a própria IDC, o fenômeno mundial dos tablets também contribuiu para que não houvesse o tal crescimento esperado nas vendas de PCs no Brasil. Ainda que exista uma diferença grande entre os dispositivos – sendo o tablet indicado para quem deseja apenas consumir conteúdo e o computador indispensável para a maioria que precisa produzir – a venda de tablets mexeu, sim, com o mercado nacional e mundial de computadores.
"O consumo do tablet acaba postergando a compra de um novo computador", conclui Camila.
Outra tendência nesse mercado de PCs é o movimento crescente em busca da mobilidade. Hoje 75% das vendas de computadores são para consumidores domésticos, como nós; desse percentual, ainda segundo avaliação do IDC, 70% dá preferência aos portáteis como notebooks e netbooks. O que ainda garante o sucesso de vendas dos desktops é, principalmente, o setor corporativo; as empresas.
Um dos motivos que tem levado muita gente a optar pelos portáteis é também o que mais atrai o consumidor: preço! Atualmente, se compararmos duas máquinas – um desktop e um notebook – com configuração e capacidade equivalentes, notaremos que a diferença de preço tende a ser pequena; normalmente algo em torno de 200 reais, que se forem diluídos em um pagamento parcelado, não será tão significativa no momento da escolha.
"Em termos de competitividade este mercado está bem saturado. Então os fabricantes de produtos portáteis têm um poder muito grande de oferecer um produto com capacidade tecnológica avançada e preços competitivos se comparados aos desktops", afirma Camila.
Se no Brasil, entre 2011 e 2012 o mercado de PCs se manteve estável, no resto do mundo a situação é outra; e pior, esse mercado vem encolhendo gradativamente. Nos Estados Unidos, segundo avaliação da Gartner, o recuo na venda de computadores neste período foi de 12%. Já na Europa, Oriente Médio e África, o desempenho foi de 9% negativos.
Esta semana, o anúncio do fechamento de capital da Dell foi encarado como um sinal claro de que o mercado de PCs está realmente em retração. Se você quiser saber qual vai ser o impacto desta transformação na empresa e também no mercado mundial de computadores, confira a matéria no link que segue logo abaixo da janela deste vídeo. Há quem diga também que até o final deste ano, o mercado mundial de tablets vai superar as vendas de PCs. Será? E você o que acha? Dá para substituir o velho e bom PC por um tablet? Deixe sua opinião nos comentários.
Olhar Digital