Para traçar um quadro mais contextual para este debate sobre o financiamento da ciência, a equipe Scienceogram analisou os gastos de todos os países do G20.
No gráfico abaixo, a profundidade vertical das barras representa o PIB dos países, uma medida da produção econômica nacional total. A largura das barras representa a porcentagem desse PIB investido em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Isso significa que a área de cada bloco é proporcional ao total gasto em pesquisa.
O gráfico é dividido em gastos por parte dos governos, das empresas privadas e outras fontes. As médias para os países do G20 são 0,65% do PIB gasto pelos governos, 1,26% do PIB investido pelo setor privado, e mais 0,13% do PIB proveniente de outras fontes.
Investimento internacional em pesquisa
Algumas conclusões gerais emergem desses dados.
O percentual do PIB investido em pesquisa e desenvolvimento varia amplamente em todo o mundo.
A Coreia do Sul está disparada na frente, com 3,7% do PIB (e seu investimento em ciência e tecnologia está aumentando rapidamente, tendo saído de 2,8% em 2005).
O Reino Unido está abaixo da média pela maioria dos parâmetros internacionais, gastando 1,7% do PIB em pesquisa.
O gasto é muito menor nos estados menos ricos estados do G20, apesar de dados de séries temporais mostrarem que muitos estão aumentando os investimentos.
Na maioria dos países, o setor privado faz a maior contribuição para o ecossistema de pesquisa. As exceções a essa regra são Brasil, Rússia, Índia, Argentina e Indonésia.
Os EUA são o gigante global de pesquisa, tanto no setor público, quanto no privado. A saudável porcentagem do seu PIB aplicado em ciência significa que, em termos absolutos, nem mesmo a China poderá competir com esse país a curto prazo.
Pesquisas públicas e privadas
Dividir gastos em pesquisas entre público e privado inevitavelmente deixa de lado algumas sutilezas.
Há uma relação simbiótica entre o que o estado e o que as empresas investem em P&D. Isso varia dos efeitos diretos, tais como empréstimos e doações bancados pelo governo para uma grande variedade de projetos privados, até os efeitos difusos, como a educação e o treinamento gerados pelo financiamento público das pesquisas, que sustenta a qualificação da força de trabalho.
A variação internacional na política científica significa que vale a pena tomar as nítidas linhas divisórias no gráfico com uma pitada de sal: nenhuma taxonomia do financiamento científico poderia capturar adequadamente todos esses detalhes.
Ainda assim, estes números dão um bom quadro geral, e mostram os níveis amplamente divergentes do investimento em ciência no quadro internacional.
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