Imagine coletar 6 milhões de dados por dia, entre fotos,
vídeos e textos, e tentar tirar deste gigante acervo uma única
resposta. A tarefa pode parecer impossível para alguns, mas para
os cientistas de dados esta é uma missão diária.
O profissional é a mente por trás do Big Data e o responsável
por transformar grandes quantidades de dados em ações práticas –
trabalho que exige técnicas específicas e experiência. A pessoa
que traduz planilhas em 'insights' tem de saber criar modelos
estatísticos e aplicar algoritmos.
"A tecnologia apresenta dados consolidados e cheios de
informações valiosas, mas a consolidação e decisão vêm da mente
humana", diz Samir Nassif, arquiteto de sistema de Big Data da
IBM Brasil.
Ele explica que a partir das aplicações de algoritmos, o
cientista de dados busca por grupos de afinidades e, assim,
descobre perfis e tendências incorporados nos dados. Segundo
Nassif, qualquer análise parte de uma pergunta ou problema, que
precisam de respostas.
"É um mundo exploratório suportado por técnicas. Testamos massa
de dados e procuramos soluções" explica. "Uma empresa de seguros
agora pode estipular o valor correto de uma apólice baseada em
centenas de outras informações disponíveis, como dados do GPS
[para revelar locais freqüentados], freio, acelerador...",
exemplifica.
Além de experimentar e empregar técnicas, o executivo afirma ser
necessário saber das aplicações das informações. Ele ressalta
que os mercados exigem diferentes abordagens, apesar de a
tecnologia ser similar na maioria das empresas.
Na saúde, um caso exemplar é o 'Flue Trends' do Google. Baseado
nos dados do buscador, a empresa desenvolveu um projeto no qual
consegue identificar tendências de propagação de gripe antes de
números oficiais refletirem a situação. Essa mesma técnica pode
ser aplicada para analisar inflação, desemprego e muitas outras
coisas, o que muda são os dados coletados e os propósitos.
No transporte, um aplicativo criado em Boston (Estados Unidos),
e lapidado por um grupo de Somerville, conseguiu encontrar e
corrigir buracos nas ruas da cidade. O 'Bump Smart' utiliza o
acelerômetro do telefone para detectar colisões na estrada.
Quando um carro bate em um buraco, o aplicativo envia
informações sobre o impacto, incluindo a sua localização, a um
banco de dados. A partir daí, os responsáveis sabiam quais os
locais que precisavam de reparos e quais eram prioridade, já que
mais carros passavam por ali.
Cursos
Nassif comenta que o profissional dificilmente vem de formação
tecnológica, apesar de trabalhar diretamente com TI. Usualmente
o cientista de dados é formado em estatística e agrega ao perfil
conhecimentos de programação. No mercado ainda é possível
encontrar matemáticos e cientistas da computação que atuam como
analistas.
No Brasil, ainda não há graduação para se tornar um cientistas
de dados, apenas cursos de especialização e pós-gradução.
Confira abaixo alguns dos programas oferecidos:
Emap - Técnicas para Big Data
FIA - Pós-graduação
BandTec - Curso reestruturado com foco em BD
Ibope - Workshop
Olhar Digital