São Paulo – Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, criaram uma arma de antimatéria. O equipamento é capaz de despejar rajadas de pósitrons parecidas com as geradas em potentes aceleradores de partículas.

Pósitrons são partículas opostas dos elétrons, ou seja, antipartículas. Esse tipo de partícula é encontrada em jatos emitidos por buracos negros e pulsares (estrelas de nêutron), mas também são criadas em laboratórios de física.
 

A criação de pósitrons é feita em grandes máquinas, como o Grande Colisor de Hádrons (LHC). Esse acelerador de partícula fica no Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, em tradução para o português), na fronteira entre a França e a Suíça.

A nova pesquisa construiu um dispositivo com cerca de um metro de comprimento capaz de gerar rajadas de elétrons e pósitrons de forma parecida a que é emitida por buracos negros e pulsares. Isso foi possível a partir do disparo de um laser potente (petawatt) em uma amostra de gás hélio inerte.

O disparou causou a criação de um fluxo de elétrons que se move a uma velocidade alta. Os elétrons foram, então, para uma folha fina de metal que os levou a colidir com átomos de metais individuais. Estas colisões geraram uma corrente de emissões de elétrons e pósitrons, que foram separadas com o uso de magnetos.

Cada rajada da arma dura apenas 30 femtosegundos (um milionésimo de um bilionésimo de segundo). Além disso, resulta na produção de quatrilhões de pósitrons, ou seja, um nível de densidade comparável ao que é produzido no LHC;

Segundo a equipe, esse dispositivo pode ser usado para simular os jato de buracos negros e pulsares. Isso pode ajudar a ciência a responder algumas perguntas, como qual a quantidade de energia que há nessas emissões e de que forma as partículas interagem com o ambiente em que são despejadas.