Poucas pesquisas têm produzido resultados tão promissores e tão rapidamente quanto aquelas que envolvem os skyrmions.
Um skyrmion é uma quasipartícula fundamental que pode ser entendida como um redemoinho magnético - seu nome é uma homenagem a Tony Skyrme, o físico teórico que previu sua existência cinquenta anos atrás.
Foi apenas em 2011 que pesquisadores conseguiram, de forma prática, guardar informações nesses vórtices magnéticos.
Agora, Niklas Romming e seus colegas da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, descobriram uma forma de transformar cada skyrmion em um bit magnético, gravando e deletando seus dados individualmente.
Os esforços para superar a tecnologia dos discos rígidos vêm-se concentrando no campo da spintrônica, usando os spins dos elétrons.
O alinhamento completo dos spins já é usado nos discos rígidos atuais, mas sua alteração completa é demorada e exige bastante energia.
Já os skyrmions podem ser alterados de forma mais rápida, com menos energia, usando menos inversões de spin e com uma vantagem adicional imbatível: quando eles são setados, não perdem seus dados facilmente.
Para usar os skyrmions, entretanto, era necessário ser possível lidar com eles como entidades individuais, como bits - um skyrmions é muitíssimo menos do que os aglomerados de átomos que formam os bits magnéticos atuais.
Foi isso o que os pesquisadores alemães conseguiram, e de forma bastante prática, usando um filme magnético ultrafino.
O trabalho demonstra a viabilidade de usar elétrons polarizados por spin para manipular skyrmions individuais, "uma perspectiva muito interessante dadas as suas diversas aplicações em eletrônicos em nanoescala", segundo comentário da revista Science.
Isto porque, além de armazenar dados, os vórtices magnéticos podem dar origem a um novo tipo de computação.
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