"Ainda estamos em guerra. A ameaça terrorista persiste", disse nesta quinta-feira (3) durante um discurso em evento de segurança digital organizado pela McAfee, defendendo que sejam criadas leis internacionais que regulem e protejam o ciberespaço.
Panetta, que trabalhou como secretário do governo Obama, supervisionou a operação que matou Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda, enquanto era diretor da CIA, agência de inteligência americana. Durante sua passagem por esse órgão, disse, a CIA era alvo de 100 mil ataques virtuais por dia.
Panetta exemplificou com episódios dos últimos anos. "Em 2009 e em 2010, havia uma grande preocupação com as consequências econômicas desses ataques. Já em 2011 e 2012, o cenário foi pior, com muitos DDoS [ataque de negação de serviço] a bancos e instituições financeiras."
O caso do ataque de 2012 à Aramco, empresa de petróleo da Arábia Saudita, que acarretou na destruição de dados de 75% dos computadores da companhia (13 mil máquinas, segundo Panetta), também foi citado.
"Não sabemos qual é o próximo ato", disse. "Temos que tomar medidas em conjunto, entre o governo e os militares, a iniciativa privada e a população."
Durante sua fala, o político disse que, ao longo de sua carreira, conheceu hackers que trabalham pelo governo dos EUA que "criavam vírus que te deixam perplexo". "E quando você vê isso sabe que Irã, China, Rússia também estão fazendo o mesmo", disse.
"Durante uma ação [militar] em outro país, a parte virtual é muito importante para nós, para desligar sistemas de comunicação, por exemplo. E os outros países fazem o mesmo."
"A tecnologia é nossa própria vida, atualmente. Mas se o ciberespaço não estiver seguro, não tem valor nenhum."
Folha Online