Também por meio do estudo, realizado em conjunto com o instituto IDC, a empresa prevê que, até 2017, esse número passará a ser 43,76 milhões, um incremento de 54,2% em relação à estimativa para o final deste ano, que é de 28,38 milhões de conexões.
A empresa atribui o crescimento às iniciativas governamentais e privadas no sentido de expandir o acesso à internet, impulsionadas pela realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no país. Outro responsável pelo crescimento é o acesso móvel --o que inclui a chegada do 4G.
Das atuais conexões, 19,9 milhões são fixas e 7,3 milhões são móveis --esses dois tipos cresceram 14% e 19%, respectivamente, no último ano. São considerados pontos móveis os acessos pós-pagos por meio de tablets e de modem 3G ou 4G (conectados por USB ao computador).
Segundo Samuel Rodrigues, analista de telecomunicações do IDC e responsável pelo relatório, há uma aceleração na adoção desse tipo de conexão móvel --seus usuários são pessoas que já têm conexão fixa em casa e que pagam pelo acesso do tipo ou moradores de áreas mal guarnecidas de opções de banda larga residencial.
"Vemos que a banda larga fixa continua crescendo, e isso deve ajudar o Brasil nos próximos anos, já que o principal problema econômico atual no país é o de produtividade", disse o presidente da Cisco no Brasil, Rodrigo Dienstmann, durante o evento em que foi anunciado o relatório, em São Paulo. "Isso tem grande impacto em serviços públicos, como de educação e de saúde."
A empresa disse, ainda, que o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) e seu respectivo regime especial de tributação, o REPNBL, são fatores que colaboram para a previsão de aumento na capilaridade da internet.
Um dos problemas apresentados é a baixa velocidade de grande
parte das conexões brasileiras 41% dos usuários ainda pagam por
uma conexão de menos de 2 Mbps.
O PREÇO É O MESMO
O preço médio pago pelo brasileiro por banda larga seguiu sendo de R$ 64, apesar de a velocidade média ter subido 556 Kbps (para 4,88 Mbps) no último ano --o que significa uma queda no preço por Mbit, decorrente em especial de avanços tecnológicos.
Dois dos fatores que puxaram a velocidade média da banda larga brasileira para cima foram o crescimento da fibra ótica (alternativa ao cabo) e do 4G, última geração de redes celulares.
Este último, para o analista que conduziu o estudo, pode ajudar a tirar o estigma de má qualidade de conexão de internet móvel no Brasil, impresso no país por conta das limitações técnicas da rede de terceira geração. "Todos sabemos que o 3G fica aquém da qualidade [de conexão] esperada. O preço do 4G ainda é alto, mas deve cair em um futuro próximo", disse Rodrigues.
O relatório aponta que, durante o primeiro trimestre, houve uma rápida adoção do 4G, que conta hoje com por volta de 200 mil usuários (somente são considerados os que usam modem em planos pós-pagos). Isso representa um crescimento trimestral bruto similar ao número de novas conexões 3G, padrão já consolidado, durante o mesmo período.
Folha Online