"Um átomo igual a um bit" é uma expressão que descreve bem a fronteira final da eletrônica e da miniaturização.
Bits atômicos já foram demonstrados em diversos sabores, representando uma fronteira também com outras tecnologias, como a spintrônica e a computação quântica.
Mas nenhuma dessas demonstrações havia chegado perto do que fizeram Toshio Miyamachi e seus colegas do Instituto Karlsruhe de Tecnologia, na Alemanha.
Eles construíram um bit atômico cuja informação permaneceu estável por 10 minutos.
O bit atômico consiste em um átomo de hólmio fixado sobre uma base de platina - hólmio é o elemento químico de número atômico 67 e símbolo Ho.
"Normalmente, um único átomo fixado em um substrato é tão sensível que sua orientação magnética é estável por frações de microssegundo - apenas 200 nanossegundos," conta o professor Wulf Wulfhekel, coordenador da equipe.
Contudo, ajustando as condições para que o dado armazenado no spin do átomo ficasse isolado de interferências externas, o spin magnético permaneceu estável por 10 minutos.
"Isso não cria apenas a possibilidade de construir memórias de computador mais compactas, mas pode ser também a base para a arquitetura dos computadores quânticos," disse Wulfhekel.
Outros recordes quânticos
Há poucos dias, outra equipe detonou o recorde de memória quântica, que alcançou 39 minutos de estabilidade.
Os experimentos são muito diferentes, e o bit atômico tem suas vantagens e desvantagens.
A grande vantagem é que é realmente um bit atômico, uma
informação gravada em um único átomo, enquanto, no outro caso,
havia bilhões de átomos de fósforo envolvidos - assim como os
bits atuais usam bilhões ou mais de átomos.
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