Os esqueletos leves e delicados de organismos como esponjas do mar têm uma resistência que excede em muito a resistência dos materiais artificiais que o homem constrói usando as mesmíssimas matérias-primas.
Há muito se suspeita que essa diferença tem a ver com a arquitetura hierárquica dos materiais biológicos - a forma como os esqueletos à base de sílica são construídos a partir de diferentes elementos estruturais, alguns dos quais são medidos na escala de bilionésimos de metro, ou nanômetros.
Com o avanço das técnicas de nanofabricação, está começando a ser possível colocar essa teoria à prova, imitando com precisão os diferentes elementos estruturais no interior de um único objeto.
Os resultados estão mostrando que a hipótese estrutural estava correta.
"Inspirados em parte pelos materiais biológicos duros, e em parte pelo trabalho anterior de Toby Schaedler na fabricação de microssuportes extremamente leves, nós projetamos arquiteturas com blocos básicos com menos de cinco micrômetros de comprimento, o que significa que eles não podem ser detectados pelo olho humano," disse Julia Greer, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos.
O trabalho do Dr. Schaedler, ao qual a pesquisadora se
refere, foi aquele que resultou na criação do material mais leve
do mundo:
Na escala nanométrica, os sólidos apresentam propriedades mecânicas que diferem substancialmente daquelas apresentadas pelos mesmos materiais em escalas maiores.
Por exemplo, o grupo de Greer já havia demonstrado que, em nanoescala, alguns metais são cerca de 50 vezes mais fortes do que o normal, e alguns materiais amorfos, normalmente quebradiços, tornam-se maleáveis.
A nova estrutura que o grupo acabou de construir é formada por suportes ocos cujas paredes têm uma espessura de apenas 75 nanômetros, mas, ainda assim, são extremamente fortes.
Com blocos básicos tão pequenos, só é possível notar a diferença quando se pega o material, que parece com um metal comum, mas surpreende pela leveza.
"Agora somos capazes de projetar exatamente a estrutura que queremos replicar e, em seguida, fabricá-la de quase qualquer classe de material que quisermos, por exemplo, metais, cerâmica ou semicondutores - tudo nas dimensões corretas," concluiu Greer.
Inovação Tecnológica