Número
de financiamentos cresce mas consumidor foge do prazo longo
Pela primeira vez desde
junho do ano passado o volume de financiamentos para pessoa física
cresceu em relação a igual mês do ano anterior, registrando em abril
uma alta de 2,7% sobre abril de 2002. Mesmo assim, segundo avaliação
da Partner Consultoria, os números ainda não indicam uma recuperação
das operações de crédito e o consumidor continua fugindo dos empréstimos
de prazos mais longos.
De acordo com estudo da
Partner baseado em dados do Banco Central, em abril as instituições
financeiras emprestaram para as pessoas físicas R$ 27,6 bilhões. “O
número seria bastante bom se significasse aumento efetivo nas novas
concessões de crédito. Mas nossa avaliação é que a melhora está
refletindo muito mais mudanças contábeis. Sobretudo na forma de
registro de empréstimos por cartão de crédito”, afirma Álvaro
Musa, sócio-diretor da consultoria.
Ele explica que os números
das operações com cartões de crédito mostram essa distorção,
indicando um crescimento irreal, de 54,9% sobre abril do ano passado, o
que puxou a alta no volume geral. “Os financiamentos por cartão podem
ter crescido, mas não com essa intensidade”, destaca.
Nas linhas de crédito
de maior prazo, como financiamento de veículos (média de 17 meses) e
crédito pessoal (seis meses), houve queda em relação a abril de 2002,
ainda que num ritmo menor do que em março. O volume financiado no período
para compra de veículos recuou 22,3%, e os empréstimos pessoais, 8,4%.
“Isso indica cautela
tanto do consumidor como das instituições financeiras, ainda
preocupadas com a conjuntura e a inadimplência”. No cheque especial
houve pequena queda de 0,8% e no item “Outros” do BC, que inclui o
penhor, um aumento de 16,9%.
Sandra
Motta, do Diário de S.Paulo
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