Arquivo
autodestrutivo protegerá direitos autorais
Se empresas de tecnologia como Sony e Microsoft conseguirem o que desejam,
músicas e filmes poderão ser reproduzidos somente uma vez antes que seus
arquivos se autodestruam, a menos que o detentor de direitos autorais
receba o pagamento que lhe é devido para mais execuções.
A tecnologia que tornará
isso possível - conhecida como administração digital de direitos, ou
DRM - vai mudar para sempre a maneira pela qual nós consumimos mídia e
software, acreditam os especialistas.
As empresas de software e
mídia continuam a pressionar com novas iniciativas de segurança de conteúdo,
cada uma das quais promovendo uma versão própria de DRM, um sistema que
tem por objetivo proteger o conteúdo contra pirataria. Num futuro próximo,
os planilhas eletrônicas e as páginas da Web serão protegidos por
cadeados digitais.
A Sun Microsystems
anunciou esta semana que planeja lançar um novo software para proteger a
propriedade intelectual sobre conteúdo oferecido em celulares e smart
cards. Enquanto isso, a Warner Music lançou o novo disco do cantor Steely
Dan, Everything Must Go, em CD e DVD Audio, este último em um
formato protegido, à prova de cópia.
O maior mercado para a
segurança de conteúdo deve ser o de empresas, agências governamentais e
hospitais que precisam impedir que dados sensíveis caiam nas mãos
erradas. Mas até agora foram as empresas de mídia que fizeram mais
barulho quanto aos sistemas DRM.
Pirataria impulsiona
mercado
Sob ataque dos piratas,
os estúdios de cinema e gravadoras vêm equipando os novos CDs e DVDs com
códigos de computador cujo objetivo é impedir ou limitar a capacidade
dos usuários para copiar arquivos em discos virgens ou trocá-los online.
Companhias especializadas
em eletrônicos como a Sony e a Nokia entraram no jogo, igualmente,
instalando sistemas DRM em novos aparelhos de som e aparelhos portáteis,
para garantir que os materiais protegidos por direitos autorais não sejam
reproduzidos e transferidos entre dispositivos sem que os consumidores
paguem por isso. Mas resta um sério problema para o setor: a falta de
padrões unificados.
As tecnologias de DRM são
muito variadas, promovidas por empresas como Philips e Microsoft, que
equipará seu pacote Office 2003 com controles para definir quem pode
imprimir, copiar ou encaminhar dados de documentos.
No ano passado, Sony e
Philips adquiriram a Intertrust, pioneira no ramo e detentora da maior
parte das patentes sobre a DRM, por US$ 450 milhões. A influência das
duas empresas, espera-se, aproximará os fabricantes de eletrônicos e as
empresas de software.
"É importante haver
colaboração e não confundir o consumidor", diz Mike Tsurumi,
diretor da divisão européia de eletrônicos da Sony.
Reuters
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