Defensores
da eutanásia testam carros "assassinos"
Ativistas australianos que defendem o direito à eutanásia testaram hoje
seis modelos de carros equipados com catalisadores para descobrir quais
deles são tão ambientalmente corretos a ponto de impedir um suicídio.
Em exibição pública feita em um parque no Estado de Queensland, o grupo
pró-eutanásia Exit Austrália testou as emissões de monóxido de
carbono de carros novos e velhos.
Todos eles, exceto um
novo modelo japonês, passaram no teste, produzindo rapidamente uma
concentração letal de mil partículas de monóxido de carbono por milhão.
Em um ambiente fechado, como uma garagem, a inalação de monóxido de
carbono liberado pelo escapamento de carros pode ser fatal.
"As pessoas acham
macabro. Dá a sensação de que há um monte de gente por aí esperando
para tirar a própria vida. Não é isso", disse John Edge,
coordenador da Exit Austrália no Estado de Queensland. Sob a lei
australiana, ajudar alguém a cometer suicídio é ilegal. Os ativistas da
Exit Austrália em Queensland estão sob investigação policial desde que
Nancy Crick, 70, que sofria de câncer no intestino, se matou em maio de
2002.
A Exit Austrália foi
criada por Philip Nitschke, conhecido como o "Doutor Morte" do
país. Em 1997, esse médico ficou famoso por ajudar quatro pessoas a
morrerem no Território do Norte, uma remota região australiana que na época
adotou uma legislação que permitia a eutanásia voluntária.
Edge disse que o teste não
tinha como objetivo determinar qual o melhor carro para cometer suicídio,
mas sim permitir que os ativistas da Exit pudessem saber se seus carros
fariam o trabalho caso eles queiram se matar. Os ativistas contra a eutanásia
ficaram indignados com o teste, que chamaram de "macabro e
bizarro". Para eles, o evento demonstrou que as opiniões da Exit
Austrália são perigosas.
Reuters
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